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sexta-feira, 24 de abril de 2015

Investigação de obra vai chegar a situações escandalosas

Sexta, 24 de abril de 2015

Complexo Viário da Abolição

“Sigam o dinheiro!” Essa recomendação ajudará consideravelmente a Controladoria Geral da União (CGU) e o Ministério Público Federal (MPF) na apuração do porquê do Complexo Viário da Abolição não ter sido concluído, até hoje.

A frase é de um personagem das sombras. O chamado “Garganta profunda”, informante de uma dupla de jornalistas que descobriu um escândalo de escuta telefônica, levando o então presidente dos Estados Unidos (EUA), Richard Nixon, à renúncia.

Cena patética: Rosalba "inaugura" viaduto ao lado de Kátia Pinto; obra depois apresentou rachaduras (Foto: Elisa Elsie)

No caso do Complexo Viário da Abolição, não será muito diferente. Se houver aprofundamento do caso, chegarão a políticos, servidores públicos de carreira, empresários de peso e agentes públicos comissionados.

O “xis” da questão é a fiscalização ou a não-fiscalização da obra. A responsabilidade do empreendimento é do Governo do Estado, através da Secretaria da Infraestrutura.

Os trabalhos começaram na gestão Wilma de Faria (PSB), ainda em 2009. A construtora EIT ganhou a licitação, depois pediu socorro à CLC, porque entrou em recuperação judicial, na iminência de fechar as portas.

A obra sofreu paralisações.

Viadutos “inaugurados”

O Governo Rosalba Ciarlini (DEM) assumiu em 2011, prometendo conclui-la em meados de 2013. A governadora teve a coragem de “inaugurar” alguns viadutos ao lado de sua secretária da Infraestrutura, Kátia Pinto, sem sequer comunicar o fato ao Governo Federal ou sem a conclusão – de fato, do complexo.

Todos os viadutos apresentaram problemas, desde rachaduras a situações mais graves.

Orçada inicialmente em R$ 52 milhões, a obra recebeu depois aditivo de R$ 15 milhões do Governo Federal – via Programa Aceleração de Crescimento (PAC). No rol de serviços, pelo menos cinco viadutos, duplicação da BR-304 na chamada Avenida do Contorno, com 17 quilômetros de extensão.

Memorial

Perscrutando o memorial (espécie de diário obrigatório em toda atividade de engenharia) da obra, cruzando informações com pagamentos feitos (alguns antecipados) e contextualizando os períodos – principalmente no ano eleitoral de 2012, CGU e MPF vão chegar às razões de tanto atraso e irregularidades.

O Complexo Viário da Abolição tem uma interligação com a duplicação da RN Mossoró-Tibau. Por quê? investiguem. Não se conectam apenas pelo aspecto viário.

Numa mesma época, uma obra avançava e outra parava ou ficava quase parando. Estranho, não?

Apurem também o porquê de afastamento de tantos fiscais experientes, da Infraestrutura, que poderiam estar fiscalizando a obra.

Por que foram substituídos?

Repetindo: “Sigam o dinheiro!”


Fonte: Carlos Santos

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