martins em pauta

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Dilma diz que anistia de PMs pode criar um 'país sem regras'

Foto: DivulgaçãoA presidente Dilma Rousseff fez nesta quinta-feira sua primeira declaração sobre a greve de policiais militares da Bahia, que chegou ao décimo dia, e afirmou que respeita as reivindicações da corporação, mas não concorda com anistia para policiais que cometeram crimes durante a paralisação, caso de alguns policiais militares baianos que estão sendo acusados de formação de quadrilha, incitação ao crime e depredação de patrimônio público, entre outros delitos.

Dilma ressaltou que respeita "democraticamente os movimentos e suas reivindicações", mas foi incisiva ao dizer que "crimes contra o patrimônio, contra as pessoas e contra a ordem pública não podem ser anistiados. Se anistiar, vira um país sem regras".

Ela explicou que não acha correto que a reivindicação implique em instaurar o medo e o pânico, criando situações que seriam incompatíveis com a democracia. "Eu não considero que o aumento de homicídios na rua, queima de ônibus, entrar encapuzados em ônibus, seja a forma correta de conduzir o movimento. Eu fiquei estarrecida, ontem (quarta-feira), com o que vi (pela TV)", disse a presidente quando visitava as obras da Ferrovia Transnordestina, no município pernambucano de Parnamirim.

"Vai chegar um momento em que vão anistiar antes do processo grevista começar. Eu não concordo com isso. Por reivindicação, eu não acho que as pessoas têm de ser presas, nem condenadas. Agora, por atos ilícitos, por crimes contra o patrimônio, crimes contra as pessoas e crimes contra a ordem pública, não podem ser anistiados. Se você anistiar, aí vira um país sem regra", argumentou.

A presidente disse que as forças federais, como o Exército e a Força Nacional, estão à disposição para dar suporte aos governos estaduais sempre que forem solicitadas.

Sobre o direito de greve para as polícias, Dilma disse apenas que "essa é uma questão que tem de ser debatida no Brasil". Durante esta quarta-feira, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, negou que o governo esteja desengavetando o projeto que cria regras para greves de servidores públicos, a chamada Lei de Greve, por causa da atual onda de paralisações e ameaças de policiais militares. A proposta prevê, por exemplo, que o governo seja avisado com antecedência mínima de 72 horas sobre paralisação de atividades "inadiáveis de interesse público".

Dilma está desde quarta-feira viajando pelo Nordeste para vistoriar as duas maiores obras de infraestrutura da região: a transposição do Rio São Francisco e a Ferrovia Transnordestina. Com 1,7 mil quilômetros, a ferrovia vai ligar o interior do Nordeste aos portos de Pecém (CE) e Suape (PE).

Na visita desta quinta-feira, a presidente cobrou a conclusão da obra até 2014 e disse que o governo não pretende elevar os custos do projeto para muito além dos atuais R$5,4 bilhões previstos. "Nós não pretendemos ficar elevando indefinidamente o preço dessa ferrovia. A gente sabe que uma ferrovia desse tamanho e dessa dimensão tem sempre coisas não planejadas que ocorrem. Mas temos, hoje, uma certeza de que os nossos orçamentos estão bem próximos da realidade".

Com Informações da Agência Brasil

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Contato : (84) 9 9151-0643

Contato : (84) 9 9151-0643