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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Diretor-geral do Dnocs pede exoneração após denúncia

Elias Fernandes é suspeito de ter favorecido seu estado em contratos.
Em nota, ministério afirma que saída ocorreu por 'reestruturação'.

Sandro Lima Do G1, em Brasília



O diretor-geral do Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs), Elias Fernandes Neto, deixou nesta quinta-feira (26) o cargo, após acusação de ter favorecido seu estado de origem em convênios do órgão.

A saída foi anunciada por meio de nota oficial divulgada pelo Ministério da Integração Nacional, ao qual o órgão é submetido, após reunião entre Elias Fernandes Neto e o ministro Fernando Bezerra Coelho.

"Após reunião de trabalho com o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, o senhor Elias Fernandes, pediu, na manhã desta quinta-feira (26), exoneração da Diretoria Geral do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), em função da reestruturação dos quadros das empresas vinculadas à pasta. O secretário Nacional de Irrigação, Ramon Rodrigues, assume interinamente o cargo", diz a nota.

Antes da demissão, Fernandes Neto assinou uma portaria, publicada nesta quinta no "Diário Oficial da União", que designa três servidores para comporem uma comissão de sindicância para apurar irregularidades denunciadas à Procuradoria da República no Ceará em relação à coordenadoria estadual do Dnocs no Ceará.

Elias Fernandes Neto deixou o Ministério da Integração nesta quinta sem falar com a imprensa. A assessoria da pasta disse ainda que o ministro não vai comentar o pedido de demissão.

Segundo Cristiana Lôbo, na manhã desta quinta, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, comunicou ao vice-presidente Michel Temer a decisão do governo, por determinação da presidente Dilma Rousseff, da demissão.

Na última quarta, Fernandes Neto afirmou ao G1 que não havia sido chamado pelo ministro para discutir a possibilidade de deixar o cargo. Na terça, após solenidade no Palácio do Planalto, o ministro afirmou que pretendia fazer mudanças na cúpula das estatais subordinadas ao ministério.

Reportagem publicada na terça (24) pelo jornal "O Globo" informou que a Controladoria Geral da União (CGU) apontou suposto favorecimento ao Rio Grande do Norte, estado de origem de Fernandes Neto, nos convênios para ações contra desastres naturais. De 47 projetos, o estado teria recebido 37. Elias Fernandes Neto negou irregularidades.

Em menos de dois meses, o Dnocs já soma três exonerações de diretores. Na última segunda-feira (23), a presidente Dilma e o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, assinaram a exoneração do diretor administrativo-financeiro do órgão, Albert Brasil Gradvhol. De acordo com o Departamento, em dezembro do ano passado, Cristina Peleteiro foi exonerada da Diretoria de Infraestrutura.

Padrinho político
O líder do PMDB na Câmara dos deputados, Henrique Eduardo Alves (RN), padrinho político de Fernandes Neto, postou em seu microblog no Twitter que tentou demovê-lo da decisão de deixar o Dnocs.

"Elias, agradecendo minha irrestrita solidariedade, pede q eu entenda seu pedido demissão [...] E acrescenta q tb nao quer servir de exploração política ou gerar crise política alguma para o seu Partido, PMDB. E acrescenta q tb nao quer servir de exploração política ou gerar crise política alguma para o seu Partido, PMDB. Acrescenta , com serenidade, q o tema saiu do campo administrativo p o político . E com isso ele nao concorda e pede p sair", publicou o deputado.

Eduardo Alves também relatou, no Twitter, ter recebido ligação do ministro Bezerra, que, segundo ele, relatou a conversa com Fernandes Neto.

Conforme o deputado, o ministro pediu a ele "indicação urgente" para a direção do Dnocs. "Peço alguns dias para sugestão de novo nome para representar o RN e o PMDB na direção do Dnocs."

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