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Arena da Amazônia - dezembro/201331 fotos
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Governo
federal divulgou imagens da obra da Arena da Amazônia, estádio de
Manaus para a CopaGoverno federal divulgou imagens da obra da Arena da
Amazônia, estádio de Manaus para a Copa Divulgação/Portal da Copa/Ministério do Esporte
As autoridades brasileiras estão "queimando os miolos" para encontrar
soluções imaginativas, uma fórmula mágica, para obter rentabilidade em
quatro estádios da Copa de 2014 que, segundo os críticos, correm sério
risco de se transformar em monumentos ao desperdício.
Manaus,
Brasília, Cuiabá e Natal são as quatro sedes que terão estádios novos e
que só em poucas ocasiões conseguiram ter algum time de futebol na elite
do futebol nacional, por isso que carecem de um calendário esportivo
que garanta uma renda regular.
Realizar shows de música,
"importar" equipes de futebol de outras cidades e impulsionar esportes
estranhos nestas latitudes, como o futebol americano, são as principais
ideias que os responsáveis dos estádios tiveram a cinco meses do
Mundial.
Mas os poucos lucros obtidos até agora no único
potencial "elefante branco" que já está operacional, o Estádio Nacional
Mané Garrincha de Brasília, põem em dúvida que se possa compensar os
enormes recursos investidos nas obras.
O estádio de Brasília é
um coliseu monumental com capacidade de 72.777 pessoas e que será o mais
caro dos 12 construídos ou em construção para a Copa.
Seu
orçamento chegou a R$ 1,403 bilhão e foi desembolsado integralmente pelo
Governo da capital, onde os clubes locais, de recente criação, ainda
não conseguiram cultivar uma torcida.
A solução achada pelas
autoridades locais foi alugar o estádio para grandes equipes de Rio de
Janeiro e São Paulo, como o Flamengo e o Santos.
O estádio
recebeu este ano nove partidas do Campeonato Brasileiro e um amistoso da
seleção brasileira, com um público médio de 34.414 espectadores, e
também organizou três shows, com o que no total arrecadou R$ 22 milhões.
Desse valor, o Governo do Distrito Federal cobrou cerca de R$ 3 milhões pelo aluguel do estádio, segundo fontes oficiais.
O secretário especial de Brasília para a Copa, Cláudio Monteiro, disse à
Agência Efe que "não se deve pensar na amortização" do estádio, mas em
seu "impacto na economia local".
Segundo cálculos da Companhia
de Planejamento do Distrito Federal, cada evento no estádio injeta R$ 12
milhões na economia local, o que beneficia restaurantes, hotéis e
taxistas, entre outros.
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Fifa divulga andamento de obras em estádios da Copa6 fotos
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Arena Amazônia receberá quatro jogos no Mundial de 2014
Leia mais Fifa.com
Para 2014, Brasília manterá a mesma receita e já tem apalavradas "mais
ou menos" oito partidas do Campeonato Brasileiro, segundo Monteiro.
Essa solução é mais difícil de se aplicar em outras cidades, como
Manaus, por causa de sua distância de Rio e São Paulo, o que obrigaria
as equipes a fazer voos de cinco horas.
O Governo do Amazonas
abriu uma licitação para contratar uma empresa de consultoria que
encontre a melhor opção para o estádio Arena da Amazônia, de 44.480
lugares, que no futebol local tem uma saída difícil, porque a melhor
equipe da cidade, o Nacional, joga na quarta divisão.
A média de
público do Campeonato do Amazonas de 2013 foi de 770 espectadores, o
que se justifica em parte pela falta de iluminação na maioria dos
estádios, que obriga muitas partidas a serem disputadas em horário de
trabalho, uma carência que será solucionada com o novo estádio.
O
que se descartou totalmente é a ideia de usar o estádio como um centro
de detenção, sugestão de um juiz preocupado com as deficiências do
sistema penitenciário, segundo assegurou à Efe um porta-voz da Unidade
Gerente do Projeto Copa do Mundo do Governo do Amazonas.
Em
Cuiabá, o Luverdense, a melhor equipe da cidade, teve este ano uma média
de público de 1.466 pessoas, apesar de ter conseguido a ascensão para a
segunda divisão.
Em 2014 o clube aspira a preencher os 26 mil
assentos da Arena Pantanal na partida contra o Vasco da Gama, que caiu
para a Segundona, e a ter uma boa renda no resto da temporada com o
atrativo de contar com um estádio novo e confortável.
"Temos
certeza de que precisávamos de um palco assim para fazer um bom futebol e
atrair público", disse o presidente do Luverdense, Helmute Laswich.
O novo estádio também vai se transformar na casa do Cuiabá Arsenal, uma
das equipes brasileiras de futebol americano, esporte que a cada dia
tem mais torcidas na região, segundo disse à Efe o vice-presidente e
linebacker da equipe, Paulo César Machado.
Na partida do título,
o Cuiabá Arsenal recebeu cerca de 4.000 espectadores, número nada
desdenhável e que superou amplamente os de um esporte tão tradicional
quanto o futebol.
Com duas equipes na segunda divisão, Natal
está menos preocupada com a rentabilidade da Arena das Dunas. No
entanto, a cidade também quer fazer caixa e se oferecer como centro de
treinamento para equipes europeias no inverno, uma ideia que só o tempo
dirá se é viável para alcançar a ansiada rentabilidade