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terça-feira, 26 de março de 2024

Venezuela rebate críticas do governo Lula e diz que nota do Itamaraty parece ‘ditada pelos EUA’

Terça, 26 de março de 2024


Foto: Evaristo Sá/AFP

O regime de Nicolás Maduro divulgou um duro comunicado rebatendo as críticas do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre as eleições na Venezuela. Nesta terça-feira (26), o Planalto indicou pela primeira vez preocupação com o impedimento à candidatura de opositores para o pleito previsto para julho.

Em uma clara mudança no tom entre os países, a Chancelaria venezuelana chamou a nota do Itamaraty de “cinzenta e intervencionista” e afirmou que o texto parece ter sido ditado pelos Estados Unidos. Por outro lado, não citou o nome do presidente Lula e creditou a redação a “funcionários da Chancelaria brasileira”.

“O Ministério do Poder Popular para as Relações Exteriores da República Bolivariana da Venezuela repudia o comunicado cinzento e intervencionista redigido por funcionários da chancelaria brasileira, que parece ter sido ditado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, no qual são emitidos comentários carregados de profundo desconhecimento e ignorância sobre a realidade política na Venezuela”, diz a nota divulgada pelo chanceler Yvan Gil, em português.

“O governo venezuelano tem mantido uma conduta fiel aos princípios que regem a diplomacia e as relações amistosas com o Brasil, sendo que, em nenhuma hipótese, emite nem emitirá juízos de valor sobre os processos políticos e judiciais que ocorrem naquele país”, continua o texto.

O país vizinho cita ainda o princípio na não ingerência nos assuntos internos e diz que sua democracia é “uma das mais robustas da região”, apesar de ter aumentado o cerco contra opositores nos últimos meses, diante de uma queda da popularidade de Maduro após a profunda crise econômica e humanitária que ainda afeta o país.

Recentemente, o regime inabilitou sua principal opositora, María Corina Machado, prendeu membros de sua equipe de campanha sob a acusação de conspiração e expulsou funcionários da agência de direitos humanos da ONU do país. Também mandou tirar do ar o sinal do canal alemão Deutsche Welle, que havia publicado denúncias contra o alto escalão.

Folhapress

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