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terça-feira, 8 de outubro de 2019

Com 3º pior salário do Brasil, policiais civis do RN deliberam por paralisação

Terça, 08 de Outubro de 2019


Agentes reclamam de mudanças no plano de reestruturação, maior celeridade nos processos de promoção/progressão e pagamento de salários atrasados

Os agentes e escrivães da Polícia Civil do Rio Grande do Norte têm o terceiro pior salário de todo o Brasil. O piso salarial de R$ 3,755 mil só fica à frente do que é pago para policiais de São Paulo (R$ 3,743 mil) e do estado do Ceará (R$ 3,723 mil).

As informações estão no Ranking Salarial da Polícia Civil Brasileira 2019. O estudo foi elaborado pelo Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (SINDPESP) com base em dados oficiais colhidos por meio do Portal da Transparência, Diário Oficial e Secretarias de Segurança Pública de todos os estados da Federação.

A análise do ranking mostra, ainda, que os estados que melhor pagam sua polícia não estão entre os que têm o maior Produto Interno Bruto (PIB). Um exemplo disso é que os agentes e escrivães de São Paulo recebem o segundo pior salário do Brasil.

“A exceção, neste ranking, é o Rio Grande do Sul, que tem o quarto maior PIB e o quarto melhor salário do país. Os outros estados mais bem posicionados no ranking salarial não figuram na lista dos cinco que têm a maior riqueza. E isso deixa claro que valorizar a carreira policial não é uma decisão econômica, mas política”, afirma a presidente do SINDPESP, Raquel Kobashi Gallinati.

De acordo com o estudo, o maior piso salarial é pago aos policiais civis do estado do Amazonas, ne região Norte. Por lá, os agentes e escrivães recebem R$ 9,613 mil.

Com relação ao salário pago aos delegados, ainda de acordo com a pesquisa, o Rio Grande do Norte está em 17º. Os responsáveis pelos distritos policiais potiguares têm piso inicial de R$ 15,290 mil. O topo da tabela é ocupado pelos delegados do estado do Moto Grosso, cujo salário é de R$ 24,451. Na outra extremidade da tabela, com vencimento inicial de R$ 9.069 mil, estão os delegados do Ceará.

O reajuste salarial para agentes e escrivães é um dos temas da assembleia geral da Polícia Civil do Rio Grande do Norte. A reunião marcada para esta segunda-feira, 7, às 8h, pode definir uma paralisação. Os agentes de segurança reclamam de mudanças no plano de reestruturação da categoria, maior celeridade nos processos de promoção e progressão e pagamento de salários atrasados.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Rio Grande do Norte (Sinpol), Nilton Arruda, o Governo do Estado não demonstrou interesse em promover promoções e progressões de carreira. “Temos também reivindicações sobre a melhoria da estrutura do trabalho dos policiais civis do Rio Grande do Norte”, reclama.

Os policiais têm queixas relacionadas com a demora do Estado em realizar a restruturação da carreira dos agentes de segurança. Reuniões entre a entidade representativa da categoria e a Secretaria Estadual de Administração (Sead) foram realizadas ao longo do mês de setembro, mas não houve avanço nas discussões. “Temos um dos piores salários de todo o país. Queremos mais celeridade e menos burocracia nas nossas progressões. Esperamos que o projeto lei modificando o plano de carreia da Polícia Civil seja enviado à Assembleia Legislativa ainda este mês”, finaliza. 

Atualmente, o RN conta efetivo de cerca de 1,39 mil policiais civis, segundo dados do Sinpol. A entidade estima que o número ideal de agentes deveria ser de 5,15 mil. Um déficit de 3,7 mil agentes.


(Agora RN)

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