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quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Descongestionante nasal: entenda o risco do uso excessivo

Quinta, 03 de setembro de 2015
 Anacley Souza 

Nas estações frias com o aumento das alergias respiratórias, como rinite, aumenta também o uso de descongestionantes nasais. Contudo eles devem ser usados com moderação e, de preferência com orientação médica. Segundo Marcello Bossois, médico e coordenador técnico do projeto Brasil Sem Alergia, o uso indiscriminado dos descongestionantes nasais pode causar graves problemas à saúde, como taquicardia, elevação da pressão arterial e a chamada rinite medicamentosa.
Dependência: Como são vendidos sem receita médica, os descongestionantes nasais parecem inofensivos, mas não são. De acordo com o Centro de Assistência Toxicológica (Ceatox) do Hospital das Clínicas da cidade de São Paulo, eles ocupam o terceiro lugar na lista de problemas causados por efeitos colaterais e uso incorreto de remédios, perdendo apenas para os anti-inflamatórios e os analgésicos. Além disso, os descongestionantes podem viciar, porque contém sustâncias como nafazolina, fenoxazolina e oximetazolina que causam dependência. Esses vasoconstritores desobstruem as narinas apenas temporariamente. “Horas após seu uso, o remédio provoca sensação contrária, dilatando as narinas, gerando o que chamamos de efeito rebote”, explica Bossois.
Consequências do uso excessivo: Não indicados para hipertensos e cardíacos por suas propriedades vasoconstritoras, os descongestionantes também são perigosos para aqueles que criam uma dependência. Segundo o especialista, o vício pode levar à rinite medicamentosa. “Quanto mais se usa, menor é o tempo de ação da droga”, completa ele. O uso desmedido do remédio pode causar alterações significativas nas vias aéreas superiores e, em casos mais graves, levar à perda do olfato. “A rinite medicamentosa tem tratamento e em alguns casos específicos é necessária uma intervenção cirúrgica”, diz Bossois.
Alternativa: Segundo o médico, a melhor forma de evitar o uso desnecessário dos descongestionantes nasais é substituí-los pelo soro fisiológico associado ao uso de corticoides nasais. “Esta junção forma uma solução capaz de oferecer praticamente o mesmo resultado que os descongestionantes nasais, porém sem provocar os malefícios de tais medicamentos”, explica. Para evitar irritações na mucosa do nariz, o soro fisiológico deve estar em embalagem específica para a aplicação nasal e pode ser “pré-aquecido” antes de ser usado. ”Manter este produto conservado na geladeira pode ser prejudicial ao quadro alérgico, uma vez que a solução fria irrita a via respiratória do paciente”, completa.

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