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sexta-feira, 3 de junho de 2011

Após 40 dias da enchente do rio Pataxó, Ipanguaçu (RN) ainda tem bairro alagado

  • Cheia do rio Pataxó forma lagoas em diversas áreas de Ipanguaçu; preocupação é com proliferação de doenças como dengue, gastroenterite e leptospirose

    Cheia do rio Pataxó forma lagoas em diversas áreas de Ipanguaçu; preocupação é com proliferação de doenças como dengue, gastroenterite e leptospirose

Apesar da estiagem registrada nos últimos dias no Rio Grande do Norte, o município de Ipanguaçu, a 205 quilômetros de Natal, ainda sofre transtornos ocasionados pela enchente do rio Pataxó. Passados 40 dias do início da cheia, áreas da cidade ainda têm água. O bairro Ubarana, o maior da cidade, continua alagado. O município ainda possui 42 famílias desabrigadas. A cheia também inundou plantações, e agricultores sofreram prejuízos.

A cidade, que tem 13,9 mil habitantes e fica localizada no Vale do Açu, foi inundada no dia 24 de abril pela água do rio Pataxó. O prejuízo, segundo a prefeitura, chegou a casa dos R$ 2 milhões. Além das casas, 62 km de estradas foram danificadas e ficaram intransitáveis após a enchente.

Das dez escolas municipais utilizadas como abrigos, duas -- nas comunidades rurais de Tabuleiro Alto e Língua de Vaca-- ainda não retomaram as aulas porque estão com as estradas de acesso interrompidas. A previsão da Secretaria de Educação de Ipanguaçu é de que as duas unidades voltem a funcionar na próxima semana.

Segundo a Coordenadoria de Defesa Civil Municipal, diversas casas ficaram inutilizadas devido ao tempo em que ficaram submersas, assim como consequência da força das águas. “O bairro Ubarana tem casas ainda sem condições de moradia, seja por ainda estarem alagadas, seja por terem tido suas estruturas comprometidas”, afirmou o presidente da Defesa Civil Municipal, Luiz Alberto Rocha.

Segundo a prefeitura, quando o nível do rio atingiu o seu ápice, no início de maio, 2.000 famílias foram afetadas com o isolamento de 13 áreas rurais, que tiveram as estradas de acesso inundadas. A locomoção para essas áreas só foi possível com a utilização de canoas. A zona urbana também foi prejudicada com o alagamento de cinco bairros. A enchente desabrigou 163 famílias; algumas delas tentam voltar à normalidade com recuo das águas do Pataxó.

Prejuízos

A prefeitura de Ipanguaçu contabilizou que a recuperação das áreas afetadas, com obras de infraestrutura e construção de novas casas em áreas livres de riscos, vão custar R$ 2 milhões, fora a dragagem do assoreamento do rio Pataxó --orçada em R$ 7,3 milhões.

Apesar de ainda serem registrados pontos de alagamentos, esta semana a prefeitura aproveitou o sol para iniciar o trabalho de reconstrução e recuperação das áreas atingidas pela enchente onde o nível de água do Pataxó recuou. Estão sendo recuperadas as estradas vicinais que dão acesso à zona rural e as que interligam ao centro da cidade.

A prefeitura informou que a prioridade neste primeiro momento é a recuperação das estradas vicinais, porque 60% da população vive na zona rural. “Com as estradas recuperadas, os alunos poderão voltar a ter aulas normalmente, sendo transportados em segurança. Além disso, os agricultores poderão escoar as suas produções. É o primeiro e importante passo para que Ipanguaçu volte à normalidade”, afirmou o prefeito, Leonardo Oliveira.

Água contaminada

Exames realizados em amostras de água colhidas em áreas de alagamento em Ipanguaçu apontaram que existe um grande risco de a população contrair doenças como leptospirose, gastroenterites, cólera, hepatite A e dengue. Um laudo emitido pela 2ª Unidade Regional de Saúde Pública mostrou que os bairros Maria Romana e Ubarana, além da comunidade Olho d’água, estavam com águas contaminadas.

A Secretaria Municipal de Saúde emitiu alertas a população para que evitem contato com as águas oriundas de alagamentos e recomendou que os pais ficassem atentos às crianças. A secretaria também informou que deve ser evitado o consumo de peixes que foram pescados nas águas da enchente do rio Pataxó.

“Estamos realizando uma rigorosa monitoração. Enviamos equipes médicas às comunidades isoladas, de canoa”, disse secretária municipal de Saúde, Sumaira Fonseca, explicando que está preocupada com os focos de proliferação do mosquito da dengue.

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