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terça-feira, 19 de novembro de 2024

A primeira-blogueira Janja e a diplomacia do “fuck” seletivo

Terça, 19 de novembro de 2024

Foto: Claudio Kbene/PR

No sábado, 16, a militante de esquerda que investiu na relação com Lula quando ele estava preso e conseguiu virar sua esposa quando foi solto mandou um “fuck you” para o dono do X, Elon Musk, nomeado para um cargo no governo eleito dos Estados Unidos, e chamou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, de “grande parceiro na questão das fake news”

As falas ocorreram em eventos públicos do G-20, para o qual Janja também organizou um festival de música que distribuiu um “cachê simbólico de R$ 30 mil” a cada um dos 29 artistas camaradas do governo de seu marido. O dinheiro veio de patrocínios milionários de estatais controladas pelo PT, como Itaipu (R$ 15 milhões) e Petrobras (R$ 18 milhões), além de BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal (que se recusaram a informar os valores).

Com esse mesmo pretexto de combate a fome e a pobreza, Lula recebeu milhões de reais de empreiteiras do petrolão para palestrar em outros países onde elas também tinham interesse em abocanhar contratos públicos e onde ele tinha influência para fazer lobby.

“Eu queria dizer para vocês que essa é uma campanha (contra a fome) em que a gente não tem que ofender ninguém, não temos que xingar ninguém. Precisamos apenas indignar a sociedade”, declarou o presidente, após perder destaque mundial nas manchetes sobre o G-20 para a vulgaridade da atual esposa. Vamos ver se Janja consegue entender a mensagem, tá?

A primeira-blogueira, de todo modo, é apenas a expoente caricata de uma figura comum no meio político: a pessoa desprovida de mérito pessoal e trajetória de realizações que usa a militância para colar em alguém de poder e, deslumbrada, passa a curtir a vida intensamente com dinheiro dos pagadores de impostos, em viagens e eventos internacionais, fingindo estar lutando por causas nobres.

Quem se volta contra o líder, o “grande parceiro”, o partido ou a corrente ideológica que proporcionam isso a ela é tratado como um inimigo que merece se “fuck”.

É a diplomacia do “fuck” seletivo, palavrão jamais dirigido a outros parceiros do lulismo, como o ditador venezuelano Nicolás Maduro (que fraudou a eleição de 28 de julho, impeliu o rival Edmundo González a exilar-se na Espanha, prendeu outros opositores, ataca igualmente Elon Musk e também quer regular as redes sociais); o ditador russo Vladimir Putin (que bombardeou instalações civis da Ucrânia no domingo, 17, causando “fatalidades confirmadas, inclusive crianças”, segundo o presidente Volodymyr Zelensky); e o aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do regime iraniano (que patrocina o terror permanente contra Israel).

A vitória de Donald Trump nos EUA, de fato, levou a primeira-blogueira do Brasil – nem aí para as relações diplomáticas e comerciais entre os dois países nos próximos anos – a passar recibo de preocupação com os ventos políticos favoráveis à direita.

Janja sabe indignar a sociedade quando sente suas boquinhas ameaçadas.

Fonte: Coluna Felipe Moura Brasil – O Antagonista

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