Quarta, 14 de agosto de 2024
Foto: MATEUS BONOMI/ESTADÃO CONTEÚDO
O Moraes não é delegado de polícia, um ministro do Supremo não tem poder para fazer investigações. As investigações ele acompanha, porque manda fazer a polícia e manda acompanhar o Ministério Público. Então, ele passou do limite. Entra no campo do abuso de poder. Estrutura sendo usada para fins não previsto em lei. Tem aí uma ilegalidade. Wálter Maierovicth, colunista do UOL
Maierovicth afirma que essa ilegalidade nada tem ver com a lisura do processo eleitoral em 2022.
Vamos centrar isso no Moraes, não vamos estender isso pra legalidade de eleições, não. O que ele fez e se foi abusivo, evidentemente, tem consequências. Uma das consequências [poderá] ser um impeachment, abuso de poder, abuso de autoridade. Mas, não vamos misturar as coisas com eleições. As eleições foram regulares, se ganhou legitimamente. Não vamos fazer esse tipo de jogo para gerar um novo golpismo ou tentar mostrar o Moraes como um Moro. As situações são diferentes.
Num inquérito policial — e isso é um inquérito que ele fez, é uma apuração que ele fez — não existe nulidade, porque não tem processo. Ele não fez um processo. O que existe é uma falha, uma falta funcional dele, grave. Mas, não vamos misturar as coisas. Alexandre de Moraes, que ainda não vestiu a toga de juiz imparcial, de juiz togado, mas que continua com a beca do Ministério Público, essa atuação dele, ao estilo Torquemada, de buscar aqui, de investigar ali, isso não existe num magistrado. Esse é o ponto, mais uma vez, não vamos misturar o resultado eleitoral. Wálter Maierovicth, colunista do UOL
Ele ressalta que Alexandre de Moraes pode sofrer impeachment, mas isso não desmonta o resultado das eleições.
Quando atua abusivamente deve responder pelo abuso. Quando a gente fala do Moro, tinha um processo, ele não era imparcial. Com relação ao que o Moraes fez agora, ele criou, como o Bolsonaro também tentou fazer, uma ‘Abin paralela’, um órgão de investigação, um órgão fora de função, um ‘órgão de espionagem’, de informações. Isso no mundo do direito é gravíssimo. Ele vai responder pelo excesso que ele fez.
Fonte: Wálter Maierovicth, colunista do UOL
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