Quarta, 05 de Julho de 2023
O jornalista e correspondente para a América Latina da Globo News, Ariel Palácios, deu um verdadeiro banho de água fria nos colegas militantes de redação ao analisar os fatos relacionados à retirada dos direitos políticos da principal adversária de Nicolás Maduro nas próximas eleições presidenciais da Venezuela (caso realmente venha a ser realizada).
A líder de oposição, María Corina Machado, uma das pré-candidatas favoritas para as eleições presidenciais de 2024, foi inabilitada a exercer cargos públicos por 15 anos, por decisão da Controladoria Geral da Venezuela.
Os motivos, segundo Palácios, não foram esclarecidos e pareceram mais uma retaliação de Maduro, preocupado com a crescente popularidade de Corina.
“A justiça controlada por ele alegou que ela não podia ser candidata por supostas irregularidades administrativas. E esse anuncio coincidiu com a desafiante presença de (Maria Corina) Machado em Barinas que é a terra natal do falecido fundador do chavismo, o presidente Hugo Chavez”, relatou o jornalista, citando ainda que ela se junta a Juan Guaidó e Henrique Capriles, também inelegíveis há muito tempo.
Ariel prossegue e revela algo ainda mais aterrador sobre o homem que comanda o poder judiciário na Venezuela. O responsável pelas penas aplicadas aos adversários do governo:
“Maduro é um ‘inelegibilizador serial’ desde 2017. Naquele ano, ele nomeou Maikel Moreno como presidente do Supremo. Moreno, nos anos 90 foi preso duas vezes por homicídio, um deles um feminicídio, mas era fidelíssimo a Maduro e colaborou a turbinar essa ditadura, nesta última década".
O correspondente argentino relatou ainda todo o processo de autogolpe iniciado por Maduro, ainda em 2016, logo que assumiu o posto de Chávez, se recusando a deixar o cargo para disputas eleitorais, na dissolução do Supremo para poder indicar Maikel e no fechamento do Congresso Nacional, passando a governar por decretos.
Na tela, os demais jornalistas da Globo News permaneceram em um silêncio sepulcral (alguns até de cabeça baixa, talvez disfarçando o mal estar).
Afinal, o presidente Lula que eles tanto defenderam desde que decidiram que seria o candidato ideal para tirar Jair Bolsonaro do poder, em nome de uma suposta defesa da democracia, agora jura que o governo venezuelano é um modelo de democracia.
E aqui, assim como na Venezuela, aquele que é considerado o principal adversário do governo também acaba de perder os direitos políticos…
Mas deve ser só coincidência!
Assista:
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