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quinta-feira, 10 de setembro de 2020

“Não vamos ser vilões de uma coisa pela qual não somos responsáveis”, diz representante do setor de supermercados sobre alta de preços

Quinta, 10 de Setembro de 2020

Rio de Janeiro (RJ) 22/09/2009 Preço do arroz e feijão . Na foto prateleira de arroz no mercado Mundial | Foto: Gustavo Azeredo /Extra/Agência O Globo

O presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Sanzovo Neto, disse nesta quarta-feira que os empresários não serão “vilões” de algo que não são “responsáveis”. A declaração foi dada após reunião com presidente Jair Bolsonaro, que vem fazendo apelos aos supermercados pedindo a redução da margem de lucro em produtos da cesta básica.

— Nós não vamos ser vilões de uma coisa pela qual não somos responsáveis, e muito pelo contrário — afirmou.

Sanzovo afirmou que a margem de lucro de produtos básicos, como o arroz, é muito baixa, devido à concorrência de mercado. Ele disse também que, atualmente, os donos de supermercado estão vendendo abaixo do que custaria para repor o produto, uma vez que os empresários trabalham com estoques e custo médio.

— Essa é a lei de mercado, é a concorrência, são 90 mil pontos no Brasil, e o consumidor ele vai aonde o preço tá mais barato, ele busca isso, e a gente quer que ele venha comprar na loja da gente, então a gente tem essa concorrência nesse produto bastante forte — explicou, acrescentando:

— Vocês estão esquecendo que estamos numa concorrência, nós não temos um cartel, ninguém combina preço nem nada, é concorrência pura.

Questionado sobre a fala do presidente Jair Bolsonaro pedindo patriotismo dos donos de supermercado, Sanzovo afirmou que os empresários estão fazendo a parte que lhes cabe e que o presidente compreendeu isso.

— Nós já fazemos a nossa parte, e o governo já entendeu isso. Com os números, com transparência, já entendeu que os supermercados contribuem para diminuir a inflação, nunca para aumentar — disse.

O presidente da Abras disse que “é difícil de dizer” se existe a possibilidade de faltar arroz nas prateleiras brasileiras, mas que a orientação da associação é que a população não faça estoque do produto e substitua por massas.

— Isso vai ajudar o preço a diminuir, mais a entrada da importação. É trabalhar na oferta e na procura. É lei de mercado, quem já estudou um pouquinho conhece e funciona. É isso que funciona, o resto não funciona. O Brasil já viveu tabelamento, já viveu congelamento de preço, produto some da prateleira — disse.

Segundo Sanzovo, as variações de preço desses alimentos ocorrem porque são produtos sazonais.

— É sazonal, é agricultura: chove demais, faz sol demais. O problema está na lavoura, no custo da produção, na safra baixa; o problema está no câmbio, os produtos estão sendo exportados…

— O que tudo indica é que [o arroz] foi exportado por causa do câmbio alto e é justificável: os produtores de arroz, por muitos anos, tomaram muito prejuízo. Você tem a China fazendo estoque de alimentos, isso tá sendo favorável para a balança comercial, mas deu desequilíbrio — disse.

O Globo

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