Quinta, 13 de Abril de 2017
por Guilherme Ferreira
Foto: Reprodução / YouTube
O empresário Marcelo Odebrecht afirmou em sua delação premiada que um pagamento indevido ao PMDB e ao PT às vésperas da eleição de 2010 foi o primeiro caso de propina ao qual ele teve conhecimento envolvendo a Petrobras e a construtora Odebrecht. Em seu depoimento ao Ministério Público Federal (MPF), ele citou que as irregularidades aconteceram eu um contrato pelo Projeto PAC SMS (Plano de Ação de Certificação em Segurança, Meio Ambiente e Saúde) junto à estatal. O vídeo com a delação premiada de Odebrecht foi disponibilizado nesta quarta-feira (12) pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O empresário não soube dizer o quanto teria sido pago para o PT, e estimou que "10, 20 milhões de reais" foram destinados a políticos do PMDB. Ele disse ainda que discutiu o caso com a ex-presidente Dilma Rousseff e Graça Foster, então diretora de Gás e Energia da Petrobras. "Até então eu nunca tinha tido nenhum tipo de conversa com Graça sobre nenhum tipo de...conhecia pagamentos ilícitos na Petrobras. E também não tinha tido com a presidente Dilma nenhum tipo de conversa no que tange à Petrobras, qualquer tipo de conhecimento de pagamentos ilícitos à Petrobras", declarou Odebrecht sobre encontro com Graça em São Paulo, após tomar conhecimento do pagamento indevido. Segundo ele, a diretora da Petrobras "mudou a postura" ao saber que que o PT também teria recebido propina "porque ela que tinha me procurado para reclamar do pagamento indevido do PMDB que tinha chegado no ouvido dela". Ao citar os pagamentos indevidos ao PT, Odebrecht acredita que teria “desarmado” tanto Graça quanto Dilma. Na delação, o empresário disse ainda que se reuniu com a ex-presidente no Palácio da Alvorada com o objetivo de dar sua versão dos fatos. "Tudo que eu tinha contado pra Graça eu contei pra ela", disse. Odebrecht relatou ainda que não sabia quais políticos tinham recebido a propina. Segundo ele, tanto Graça quanto Dilma o questionaram sobre quem no PMDB havia beneficiado com os pagamentos indevidos e a ex-presidente inclusive questionou o senador Edison Lobão (PMDB-MA) sobre sua participação no esquema. O empresário pediu a Cláudio Melo Filho, ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht, que o então vice-presidente Michel Temer fosse avisado sobre as suspeitas de Dilma. "Eu pedi pra Cláudio Melo [ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht], que tinha relação com os caciques do PMDB: 'Cláudio, faça chegar no ouvido de [Michel] Temer que ela está desconfiada que algumas pessoas do PMDB - que inclusive ela pode estar desconfiada dele - receberam valores", relatou. Assista ao vídeo com o trecho da delação premiada em que Odebrecht relata o caso:
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