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sábado, 25 de outubro de 2014

Candidato ao governo do RN, presidente da Câmara se queixa de Lula

Sábado 25 de outubro de 2014


De favorito a azarão nas eleições ao governo do Rio Grande do Norte, o presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB), já escolheu um culpado para seu eventual fracasso nas urnas: o ex-presidente Lula. Deputado há 44 anos e em segundo lugar na disputa local, ele não se conforma com o vídeo de apoio ao seu rival –o vice-governador Robinson Faria (PSD)– gravado por Lula na reta final do primeiro turno, quando o peemedebista liderava e sonhava com uma vitória já nessa etapa. "Olhem como a política também tem suas injustiças", afirmou Alves, na noite da última quarta (22), em comício acompanhado pela Folha em São Gonçalo do Amarante, região metropolitana de Natal. "Eu vejo agora, para minha tristeza, o presidente Lula na televisão pedindo votos a governador para um sujeito que ele nunca viu na vida dele." 

"Eu acho que ele só viu o candidato Robinson naquele dia em que, a pedido do PT, ele foi fazer a gravação [do programa de TV]. Se amanhã passarem numa calçada Lula e ele, eu acho que Lula nem vai mais se lembrar da cara dele", disse o candidato. Ao longo de quase todo o primeiro turno, Lula e a presidente Dilma se mantiveram longe da disputa potiguar. De um lado, o PT está na coligação de Robinson. De outro, Alves é o atual presidente da Câmara, e o PMDB é um aliado fundamental para o governo no Congresso.

Alves, que lidera uma coligação de 17 partidos, incluindo o PSDB de Aécio Neves, liderou todas as pesquisas do primeiro turno e, nas urnas, venceu o rival por 47% a 42%. Tanto a equipe de Alves como a de Robinson atribuem à participação de Lula o fato de a disputa não ter acabado no primeiro turno. Agora, o vice-governador está na dianteira das pesquisas, e o apoio do ex-presidente na TV tem sido usado também no segundo turno. 

Para tentar equilibrar o jogo, Alves passou a usar um depoimento de seu correligionário de maior proeminência, o vice Michel Temer (PMDB). A presidente Dilma, ignorada por Alves nos discursos acompanhados pela Folha na última quarta, não foi ao Estado na campanha e não declarou apoio a ninguém.

Alves resolveu externar sua indignação com Lula em São Gonçalo do Amarante, onde foi construído um novo aeroporto para a Copa do Mundo. O empreendimento, que já opera mas ainda parece inacabado, foi batizado com o nome do pai do candidato, o ex-governador Aluízio Alves. Mas, nesse discurso, o presidente da Câmara o chamou de "aeroporto de Henrique"."Presidente Lula, o senhor deveria era dizer ao Rio Grande do Norte que foi Henrique Eduardo Alves que deu [o aeroporto]", disse o candidato.Em conversa com a Folha na semana passada, o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) comentou a atuação de Lula na campanha de Robinson."O Henrique preferiu outra aliança. A gente faz escolhas na vida. Ele fez um outro caminho, nos excluiu da chapa dele. É uma escolha que eles fizeram. Não fomos nós".




Folha de São Paulo/Serrinha de Fato

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