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sexta-feira, 26 de abril de 2024

Janones fala em "vaquinha espontânea" para tentar se livrar da acusação de "rachadinha"

Sexta, 26 de abril de 2024





Em novembro, um áudio de uma reunião de 2019, durante seu primeiro mandato na Câmara, foi divulgado pela coluna, onde Janones discute a retenção de parte dos salários dos servidores para recuperar seu patrimônio, que teria sido "dilapidado" após sua candidatura infrutífera à prefeitura de Ituiutaba (MG) em 2016.

"Algumas pessoas aqui, que eu ainda vou conversar em particular depois, vão receber um pouco de salário a mais. E elas vão me ajudar a pagar as contas do que ficou da minha campanha de prefeito. Porque eu perdi R$ 675 mil na campanha. 'Ah isso é devolver salário e você tá chamando de outro nome'. Não é. Porque devolver salário, você manda na minha conta e eu faço o que eu quiser", disse o deputado na reunião.

E prosseguiu:

"O meu patrimônio foi todo dilapidado. Eu perdi uma casa de R$ 380 mil, um carro, uma poupança de R$ 200 mil e uma previdência de R$ 70 (mil). Eu acho justo que essas pessoas também participem comigo da reconstrução disso. Então, não considero isso uma corrupção", explicou Janones aos assessores.

Em outro momento da gravação, Janones propõe a criação de uma "vaquinha" para financiar sua próxima campanha eleitoral.

"Eu pensei de a gente fazer uma vaquinha entre nós, e aí nós vamos decidir se vai ser R$ 50, se vai ser R$ 100, R$ 200, se cada um dá proporcional ao salário. Se cada um der R$ 200 na minha conta, vai ter mais ou menos R$ 200 mil para a gente gastar nessa campanha", detalhou.

Na defesa apresentada ao Conselho de Ética, o deputado do Avante contestou a autenticidade da gravação, alegando que ela foi realizada pelo ex-assessor Cefas Luiz e que as pessoas presentes não eram servidores, mas integrantes de "um grupo político".


"As acusações de 'rachadinha' foram feitas com base em um áudio editado e descontextualizado, não de um parlamentar com seus assessores, mas de um grupo político, que visava se fortalecer para disputar eleições, não se tratava de devolver salários, mas de contribuições espontâneas, com a participação do parlamentar, sem quaisquer obrigação ou valores definidos, como fica claro no áudio apresentado", defendeu Janones.

O deputado também associou as denúncias à família Bolsonaro, descrevendo-as como parte de uma perseguição política. Sua defesa mencionou que Cefas Luiz "comemorou" a repercussão dos áudios em uma chamada de vídeo com Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro.

A defesa sustentou ainda que, de acordo com o Código de Ética da Câmara, o Conselho de Ética não pode proceder com ações referentes a atos anteriores ao mandato atual. O pedido de arquivamento da denúncia por falta de justa causa e tipicidade da conduta será analisado pelo relator do processo no Conselho de Ética, deputado Guilherme Boulos.

A Procuradoria Geral da República (PGR) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquérito para investigar "indícios da existência de um esquema de desvio de recursos públicos no gabinete" de Janones. O ministro Luiz Fux, relator do inquérito, ordenou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do deputado.

  • Fonte: Jornal da Cidade Online

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