Domingo, 22 de outubro de 2023
Uma comissão da ONU encontrou novas provas de que as tropas russas cometeram deliberadamente crimes de guerra na Ucrânia, incluindo assassinatos, estupros e remoção de crianças ucranianas, de acordo com relatório divulgado na sexta-feira, 20, e noticiado pelo New York Times neste sábado, 21.
Segundo o jornal americano, “os depoimentos das vítimas também apontaram o uso sistemático e generalizado da tortura em vários centros de detenção russos, afirmam os autores do relatório”.
“Baseando-se em mais de 450 entrevistas com vítimas e testemunhas em áreas libertadas pelas tropas ucranianas, ou com aquelas que fugiram de território controlado pela Rússia, o relatório documenta”, de acordo com o NYT, “o uso de choques eléctricos contra prisioneiros acusados de apoiar as forças ucranianas, o estupro de mulheres com idades entre 16 e 83 anos e a transferência de crianças ucranianas não acompanhadas para território russo” – ou seja, os sequestros que já haviam rendido a Vladimir Putin uma condenação no Tribunal Penal Internacional como criminoso de guerra.
“O relatório, elaborado por um painel encomendado pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, centrou-se nas regiões do sul de Kherson e Zaporizhzhia, onde as forças russas rapidamente tomaram território no início da sua invasão em grande escala no ano passado. Ao contrário do centro-norte da Ucrânia, que as forças de Kiev libertaram, permitindo aos investigadores descobrir mais rapidamente os crimes cometidos pelas forças russas, partes destas duas regiões permanecem sob o controle de Moscou e são em grande parte inacessíveis às organizações internacionais. Isso complicou as investigações e alimentou temores de que milhões de pessoas que lá habitam correm o risco de sofrer violações dos direitos humanos”, registra o jornal.
A comissão afirma textualmente no relatório que os crimes de “estupro e outras violências sexuais foram frequentemente cometidos juntamente com atos adicionais de violência contra as vítimas, incluindo espancamentos severos, estrangulamento, sufocamento, cortes, disparos próximos à cabeça e homicídio doloso”.
Em fevereiro de 2022, Jair Bolsonaro defendeu Putin e disse que falar em massacre russo em território ucraniano é um “exagero”. “Não há interesse por parte de um chefe de Estado em praticar massacre com quem quer que seja. Ele [Putin] está se empenhando em duas regiões da Ucrânia”, garantiu o então presidente.
Em maio de 2022, Lula disse à revista Time que “as pessoas estão estimulando o ódio contra o Putin”. Em janeiro de 2023, declarou que, “quando um não quer, dois não brigam”. Em setembro de 2023, afirmou que, se Putin vier ao Brasil, “não há por que ele ser preso”, ignorando a mandado de prisão aberto contra o tirano russo pelo TPI, tribunal que o petista ainda tentou desqualificar, alegando que “os países emergentes são signatários de coisas que prejudicam eles mesmos”.
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