martins em pauta

sábado, 11 de novembro de 2017

Temer pede que Fachin reconsidere desmembramento do 'quadrilhão' para Moro

Sábado, 11 de Novembro de 2017

por Luiz Vassallo, Rafael Moraes Moura e Breno Pires | Estadão Conteúdo
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

A defesa do presidente Michel Temer pediu ao ministro Edson Fachin, relator dos casos ligados à Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), que "reconsidere" o despacho em que determinou o desmembramento do inquérito conhecido como "quadrilhão do PMDB" na Câmara. Segundo o advogado Eduardo Carnelós, que assina o documento, a continuidade das investigações sobre quem não tem foro privilegiado, determinada pelo magistrado, gera "risco de ocorrer colheita de prova sem a participação" das defesas de Temer e seus ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e da Secretaria-Geral de Governo, Moreira Franco, contra quem a ação está suspensa no STF. Depois que a Câmara dos Deputados barrou a análise no STF da denúncia da Procuradoria-Geral da República contra Temer e os ministros por obstrução da Justiça e organização criminosa, Fachin decidiu desmembrar a denúncia para que parte dela tramite na primeira instância. O ministro enviou ao juiz Sérgio Moro, da 13.ª Vara Federal Criminal de Curitiba, a parte da denúncia pelo suposto crime de organização criminosa da qual são alvo o ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), os ex-ministros Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) e o ex-assessor especial da Presidência e ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR). Já a parte que se refere às imputações ao dono e executivo do Grupo J&F, Joesley Batista e Ricardo Saud, será encaminhada à Justiça Federal em Brasília. Para Fachin, a necessidade de prévia autorização da Câmara para processar o presidente da República e ministros de Estado "não se comunica" aos demais réus. O ministro concluiu que deverão seguir formalmente investigados no STF apenas Temer, Padilha e Moreira Franco. Em resposta à decisão, o advogado do presidente afirmou que "não se opõe à decisão", mas pede a "reconsideração" do despacho. "Permitir que tal imputação tenha sequência em relação a alguns dos denunciados, e permaneça suspensa em relação a outros (dentre os quais, no dizer da absurda inicial acusatória, aquele que seria o líder da cerebrina organização criminosa), implica aceitar o risco de que, sem que estes últimos possam defender-se na eventual instrução criminal que venha a ser realizada, o julgamento dos fatos poderá atingir, irreversivelmente, aqueles que não puderam participar da colheita da prova, com prejuízo evidente a eles", afirmou. Carnelós disse que "a própria produção probatória poderá constituir irreparável prejuízo àqueles que dela não tenham podido participar".

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Contato : (84) 9 9151-0643

Contato : (84) 9 9151-0643