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sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Conselho de Ética define relatores de processos contra Jean Wyllys e Bolsonaro

Sexta, 19 de Agosto de 2016

Foto: Reprodução/ Pragmatismo Político
O presidente do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, José Carlos Araújo (PR-BA), designou nesta quarta-feira (17) os relatores dos processos por suposta quebra de decoro parlamentar pelos deputados Jean Wyllys (PSOL-RJ), Jair Bolsonaro (PSC-RJ), Wladimir Costa (SD-PA) e Laerte Bessa (PR-DF). Os quatro processos serão os primeiros na pauta do órgão depois que o colegiado aprovou o pedido de cassação do mandato do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que deve ser votado em plenário no dia 12 de setembro. Bolsonaro é alvo de processo por uma homenagem ao torturador Brilhante Ustra durante a sessão da Câmara que aprovou a admissibilidade do pedido de impeachment contra a agora presidente afastada Dilma Rousseff. Para a relatoria do caso o escolhido foi o deputado Odorico Monteiro (PROS-CE), em detrimento de dois deputados do PT, sorteados antes. Segundo a Agência Brasil, a escolha de Monteiro ocorreu após o primeiro relator, Wellington Roberto (PR-PB), ter desistido do caso. Araújo disse que os parlamentares do PT foram excluídos da relatoria porque, apesar de a representação ter sido feita pelo PV, o motivo está diretamente ligado ao PT, ao qual Dilma também é filiada. Na ocasião, Bolsonaro dedicou seu voto a favor da abertura do impeachment à “memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra”, que comandou o DOI-Codi (Destacamento de Operações Internas) de São Paulo entre 1970 e 1974, durante a ditadura militar, e é acusado do desaparecimento e morte de pelo menos 60 pessoas. Durante sua gestão, cerca de 500 pessoas também teriam sido torturadas nas instalações. Segundo Araújo, a atitude de Bolsonaro atraiu a ira do PT. “Achei que seria covardia colocar um deputado do PT como relator, então fiz novo sorteio”, disse. “Usei o bom senso, fiz de ofício, o regimento não prevê isso”, admitiu o presidente do conselho. Araújo disse que também adotou o mesmo critério no caso do processo contra Jean Wyllys, que será relatado pelo deputado Júlio Delgado (PSB-MG). Segundo ele, no caso de Wyllys, o deputado Subtenente Gonzaga (PDT-MG), que tem se posicionado sistematicamente contra o parlamentar do PSOL e pessoas LGBT, foi sorteado como relator. “Aí, de ofício, também eliminei”, justificou. Jean Wyllys poderá responder no conselho por representação apresentada pelo PSC, que considera “incompatível com o decoro parlamentar” texto divulgado no dia 12 de junho em que o deputado do PSOL teria associado os nomes dos deputados Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e Marco Feliciano (PSC-SP) ao atentado a uma boate gay em Orlando, nos Estados Unidos, com a morte de 50 pessoas.

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