Quarta, 03 de dezembro de 2025
A manifestação foi motivada por uma nota divulgada mais cedo por Alcolumbre. No texto, o presidente do Senado disse que “setores do Executivo” estariam tentando dar um viés fisiológico às divergências entre os Poderes, sugerindo que haveria a tentativa de criar “a falsa impressão” de que impasses institucionais poderiam ser resolvidos por meio de acordos dessa natureza. Segundo ele, tal postura seria ofensiva ao Legislativo. “Isso é ofensivo não apenas ao Presidente do Congresso Nacional, mas a todo o Poder Legislativo. Nenhum Poder deve se julgar acima do outro, e ninguém detém o monopólio da razão”, afirmou.
Gleisi contestou diretamente essa interpretação e disse que o governo “repele tais insinuações”, classificando-as como injustas tanto com o Planalto quanto com o Senado. Segundo a ministra, a relação entre os Poderes tem ocorrido com transparência, especialmente nas indicações enviadas por Lula e analisadas pela Casa.
Ela mencionou como exemplos a escolha de dois ministros do Supremo Tribunal Federal, as duas nomeações para o comando da Procuradoria-Geral da República e as indicações de diretores do Banco Central e de agências reguladoras. Para Gleisi, todos esses processos ocorreram de maneira respeitosa e dentro das prerrogativas de cada Poder.
A troca de declarações acontece às vésperas da sabatina de Jorge Messias, indicado para ocupar a vaga deixada por Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal. A análise, marcada pela CCJ para 10 de dezembro, tornou-se motivo de tensão. Nos bastidores, circula que Alcolumbre teria ficado contrariado porque Lula não escolheu o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para o STF — possibilidade discutida antes do anúncio de Messias.
A seguir, o texto completo publicado por Gleisi Hoffmann:
“Temos pelo senador @davialcolumbre o mais alto respeito e reconhecimento. Jamais consideraríamos rebaixar a relação institucional com o presidente do Senado a qualquer espécie de fisiologismo ou negociações de cargos e emendas. O governo repele tais insinuações, da mesma forma que fez o presidente do Senado em nota na data de hoje, por serem ofensivas à verdade, a ambas as instituições e a seus dirigentes. O critério de mútuo respeito institucional presidiu a indicação pelo governo e apreciação pelo Senado Federal de dois dos atuais ministros do STF, do procurador-geral da República, em duas ocasiões, e de diretores do Banco Central e agências reguladoras. Todos esses processos transcorreram com transparência e lealdade de ambas as partes, respeitadas as prerrogativas do Executivo na indicação dos nomes e do Senado Federal na apreciação dos indicados.”

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