Quinta, 23 de outubro de 2025
A operação foi conduzida pela Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) do Rio, com apoio de autoridades paulistas. A investigação começou após a denúncia de uma mãe que identificou conversas entre sua filha de 13 anos e o influenciador.
Durante a prisão, Hunter negou as acusações e disse aos policiais que não era "um monstro".
De acordo com as investigações, o contato entre o influenciador e a adolescente durou aproximadamente dois anos, desde que ela tinha 11 anos. Eles chegaram a se encontrar pessoalmente em um shopping no Rio de Janeiro.
A delegada Maria Luiza Machado, da DCAV, explicou o modo de ação do suspeito:
"Ele a constrangia mediante promessa de cartinhas de Pokémon, ou algum brinquedo, para a vítima mostrar as partes íntimas dela. Ele mostrava as dele em videochamadas".
As autoridades afirmam que o influenciador manipulava a adolescente usando sua posição de destaque.
"Mas ela falava: 'não, eu tenho 13', dizia a idade para ele de forma muito clara. Ele envolvia a vítima de forma a ela acreditar que é especial. Ele tem condição de ídolo. Quando ele e a vítima se conheceram no Rio, a mãe dela até gostou, pois achou que ele poderia agenciá-la para que ela pudesse ter seguidores. Ele dizia: 'você é a minha melhor amiga, é a pessoa em quem mais confio'", detalhou a delegada.
A polícia encontrou evidências de que o influenciador enviou à adolescente imagens de uma terceira pessoa, aparentemente para incentivá-la a produzir conteúdo semelhante. As investigações prosseguem, pois há indícios de outras possíveis vítimas.
Durante a operação, foram cumpridos mandados relacionados aos crimes investigados e realizadas buscas e apreensões. Os dispositivos eletrônicos apreendidos serão analisados pela perícia técnica.
A legislação brasileira define estupro de vulnerável como a prática de ato sexual ou libidinoso com menores de 14 anos, independentemente de consentimento.
Quem é Capitão Hunter
No YouTube, Paulo Manoel acumula mais de 700 mil inscritos, com conteúdo direcionado ao público infantil. Sua presença no universo Pokémon inclui participações em eventos, feiras e competições no Brasil e exterior.
O influenciador criou a banda HunterRocks, com músicas disponíveis em plataformas de streaming, e administra uma loja de produtos relacionados a Pokémon.
Em setembro, ele realizou dois shows em centros comerciais no Rio de Janeiro. Em outubro, antes de sua detenção, fez duas apresentações em shoppings de São Paulo, mantendo contato frequente com seu público infantojuvenil.
Fonte: Jornal da Cidade Online
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