Quarta, 16 de outubro de 2024
O presidente da Argentina, Javier Milei, confirmou, nesta terça-feira, sua participação na cúpula do G20, que será realizada nos dias 18 e 19 de novembro no Rio de Janeiro. A visita acontece após uma série de tensões com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No final do ano passado, durante a campanha presidencial argentina, Milei utilizou termos como “corrupto” e “comunista” para se referir a Lula, e o presidente brasileiro não compareceu à posse do argentino.
A ausência de Milei na cúpula presidencial do Mercosul, em julho, também causou mal-estar no bloco regional. Representado pela chanceler argentina, Diana Mondino, Milei foi criticado por Lula e pelo presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou. “É uma enorme preocupação que o presidente de um país importante como a Argentina não participe de uma reunião com o Mercosul”, afirmou Lula, à época.
Milei também vai realizar atividades com o presidente chinês, Xi Jinping, embora, até o momento, não esteja previsto um encontro bilateral entre os dois. Em uma recente entrevista, Milei surpreendeu ao mudar o tom sobre a China, classificando o país como “um sócio comercial muito interessante”, após dizer que evitaria negociações.
“Me surpreendi muito agradavelmente com a China. É um sócio comercial muito interessante, porque não exige nada, a única coisa que pedem é que não os incomode”, afirmou Milei, em um programa de televisão.
O presidente argentino participará do encontro do G20 em meio às decisões do grupo sobre a necessidade de mitigar o impacto da mudança climática e seu compromisso global de cooperar para reduzir as desigualdades, diminuindo os multimilionários em contraposição às políticas do mandato de direito.
No entanto, Milei relativizou muitas vezes a evidência científica a respeito das mudanças climáticas, chamando-as de “mentiras socialistas” e se opondo a medidas que aumentam impostos sobre grandes fortunas para financiar ações ambientais.
Milei esteve no Brasil neste ano, quando participou de um evento da Conferência Política de Ação Conservadora em Camboriú, em Santa Catarina, ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro, um adversário político de Lula.
O Globo
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