Terça, 08 de abril de 2025
Esse debate, no entanto, não ocorre em um vácuo científico ou social: ele é alimentado tanto por evidências biológicas sobre a diferença de desempenho físico entre os sexos quanto por discursos que, muitas vezes, escorregam para a transfobia – a discriminação e o preconceito contra pessoas transgênero.
Compreender a complexidade desse cenário exige equilíbrio entre ciência, direitos humanos e a ética esportiva.
Historicamente, o esporte foi dividido entre categorias masculinas e femininas com base em diferenças biológicas.
Uma das principais justificativas para essa divisão está na capacidade muscular.
Homens cisgênero (isto é, aqueles que se identificam com o sexo atribuído ao nascimento) tendem a apresentar níveis mais elevados de testosterona, maior densidade óssea, maior massa muscular e, em geral, melhor desempenho em modalidades que exigem força e explosão.
Esses fatores fisiológicos contribuem para um desempenho médio superior em várias modalidades esportivas.
Entretanto, a identidade de gênero não é determinada apenas pela biologia. Pessoas trans, ao fazerem sua transição, podem passar por terapias hormonais que alteram suas características físicas.
Mulheres trans que utilizam bloqueadores de testosterona e hormônios femininos frequentemente perdem massa muscular, força e resistência, especialmente após um ou dois anos de tratamento.
A questão que se impõe, então, é: essas alterações hormonais são suficientes para tornar a competição entre mulheres cis e mulheres trans justa?
Estudos recentes têm mostrado que nem sempre essa vantagem é completamente eliminada.
Algumas pesquisas apontam que mulheres trans mantêm certa resistência ou explosão muscular mesmo após 12 meses de supressão hormonal.
Outros estudos, no entanto, indicam que a vantagem residual pode ser irrelevante em algumas modalidades, especialmente as que envolvem mais técnica e estratégia do que força bruta.
Organizações como o Comitê Olímpico Internacional (COI) têm buscado um equilíbrio delicado nesse sentido. Em verdade é mais pressão que busca.
A política atual recomenda que mulheres trans mantenham níveis de testosterona abaixo de 5 nmol/L por pelo menos 12 meses antes da competição. Essa diretriz tenta nivelar o campo de jogo sem excluir essas atletas.
Ainda assim, essa política vem sendo revisada constantemente, dado o avanço das pesquisas e as críticas de ambos os lados: os que acham a regra excessivamente permissiva e os que a consideram discriminatória.
Uma alternativa em discussão é a criação de categorias abertas ou mistas em algumas competições, permitindo que qualquer pessoa, independentemente do gênero, possa competir. Isso, porém, ainda levanta diversas questões logísticas e éticas, além de encontrar resistência tanto no meio esportivo quanto entre atletas.
O esporte, em sua essência, deve ser um espaço de superação, respeito e diversidade.
Na realidade seria mesmo fundamental que houvesse participação de apenas sexos naturais nesse sentido.
Não importa as análises e acompanhamentos, a realidade deveria ser determinada pelo DNA de cada individuo.
Não se pode precisar, nem tecnicamente nem em estudos científicos, como o corpo de cada pessoa reage quando exigido.
Pode não demonstrar nenhum tipo de incompatibilidade em determinados momentos, mas a resposta cérebro/corpo em momentos especiais indiscutivelmente ainda é imprecisa.
Assim, conclui-se que nenhum tipo de descaracterização deve ser feita pelos desejos individuais, mas esses desejos devem ser próprios e não necessariamente serem expandidos por ideologias ou posicionamentos para outras pessoas ou mesmo terem vantagens diferenciadas.
São tantas as características “diferentes” entre homens e mulheres que é impossível até mesmo enquadrar as diferenças dentro do LGBTQRSTUVX.........
Cada pessoa deve assumir sua própria postura, porém sem querer impor essa postura a outras pessoas.
Cotas, paradas, diversificação ou ideologias devem dar lugar ao respeito entre as pessoas.
Isso sim fundamental.
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