Segunda, 24 de março de 2025
Quando as decisões judiciais ignoram provas, quando os réus são tratados como condenados antes mesmo do julgamento, quando o direito à ampla defesa é atropelado por holofotes e ambições políticas, não estamos diante da Justiça — estamos diante de um espetáculo de poder travestido de legalidade.
A seletividade processual, os vazamentos estratégicos, o ativismo de gabinetes e a blindagem de certos grupos revelam um sistema que perdeu o rumo. Os juízes não foram eleitos para governar, nem os tribunais foram criados para punir adversários ou proteger aliados. Mas é isso que se vê.
A Justiça que silencia diante de abusos, que se omite quando deveria agir, ou que atua com peso desigual conforme o nome ou o lado do réu, não é Justiça — é injustiça com carimbo oficial.
E quando a injustiça vem de onde deveria vir a última esperança, o que resta à sociedade?
A democracia não sobrevive onde a Justiça falha.
César Wagner Maia Martins. Ex-superintendente da Polícia Civil do Ceará. Formado em Direito (Unifor) e especialista em Direito Processual Penal (Unifor). Jornalista, comunicador, radialista, palestrante e consultor de empresas na área de prevenção de comportamentos irregulares.
Texto publicado originalmente no blog do autor. Conheça o blog do autor: https://www.cesarwagner.com.br/
Fonte: Jornal da Cidade Online
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