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terça-feira, 18 de outubro de 2011

Fifa se rende ao peso de SP na Copa do Mundo de 2014

São Paulo volta a dividir com o Rio o protagonismo na Copa de 2014. Depois de anos de disputa política e da pressão da CBF e da Fifa para a construção de estádio, a Capital paulista volta a atrair as atenções do Mundial. Ontem, em Zurique, na Suíça, os cartolas de ambas as entidades começaram a desenhar o cenário definitivo da Copa, consolidaram a posição de São Paulo como abertura e também o local de número maior de jogos, do Congresso da Fifa e até mesmo do centro de treinamento dos árbitros.

O anúncio oficial do programa será feito na quinta-feira. E as reuniões, que se iniciaram ontem, em Zurique, mostraram ainda problemas técnicos para definir onde cada etapa do Mundial seria disputada. Mas a Fifa já planeja primeira visita de inspeção ao Itaquerão em novembro.

De um lado, a Fifa conseguiu o que queria, que era a construção de estádio. E de outro, envolveu definitivamente o maior mercado consumidor brasileiro no evento.

"Essa era a posição que a Fifa sempre quis de São Paulo desde o início. Mas que foi pega de surpresa. Agora, a cidade volta a ocupar o lugar que merece", afirma fonte próxima às negociações da Fifa. A entidade nunca escondeu que seria impensável Copa sem a presença de São Paulo. Mas fazia exigências que cartolas na cidade e mesmo o governo local estimavam descabidas.

Em 2007, o então governador de São Paulo, José Serra, fechou entendimento com a CBF e o Rio que a Capital paulista ficaria com a abertura da Copa, marcada, então, para ocorrer no Morumbi. Mas disputas políticas entre o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e os cartolas do São Paulo fizeram o projeto naufragar. Essa não é a versão oficial da Fifa, que insiste que o problema foi técnico com o Morumbi, que não teve seus projetos aprovados pela entidade nem a viabilidade financeira.

Com a intervenção do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acordo foi fechado para a construção de estádio para o Corinthians. Ontem, na Fifa, dirigentes teriam mostrado satisfação com o Itaquerão. "A Fifa gostou do que viu", disse participante do encontro.

Além da abertura, São Paulo deve sediar pelo menos mais cinco jogos da Copa. Nos dias que antecedem ao Mundial, mais de 200 cartolas do mundo desembarcarão na cidade para o Congresso da Fifa.

Mas, se o Itaquerão vai bem, a situação do Maracanã é considerada como "preocupante" pela Fifa. O governo do Rio, de Sérgio Cabral, garantiu que o estádio estaria pronto em março de 2013, o que seria suficiente para fazer parte da Copa das Confederações. Ontem, porém, técnicos da Fifa deixaram claro que o prazo é "impraticável".

Segundo a Fifa e a CBF, o estádio só não será retirado dos eventos porque é o Maracanã e a paciência das entidades com o local mítico é maior que as demais arenas da Copa no Brasil.

Seleção viajará pelo País durante o Mundial

Os estádios de São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Brasília e Fortaleza poderão receber a Seleção Brasileira nos jogos da Copa de 2014. A decisão da CBF e da Fifa é de colocar o time do Brasil para jogar em locais com capacidade para pelo menos 60 mil pessoas e fazê-lo viajar pelo País. Com esses parâmetros iniciais, a entidade começou traçar ontem, em Zurique, Suíça, o desenho definitivo do calendário do Mundial.

O projeto brasileiro segue mais um calendário político que um interesse de preparação para a seleção. Na Copa da Alemanha, em 2006, o time da casa atuou em apenas três cidades e, mesmo assim, em um país de dimensões bem menores do que o Brasil. Quatro anos depois, a anfitriã África do Sul também limitaria seus jogos a três cidades, duas das quais estavam a apenas 50 quilômetros de distância - Pretória e Johanesburgo.

No caso de 2014, os palcos dos jogos do Brasil serão definidos também por aspectos políticos, numa barganha entre organizadores e governadores. Além de confirmar que a abertura do Mundial deve mesmo ocorrer em São Paulo, com um jogo da Seleção Brasileira, a Fifa teria ficado "impressionada" com o andamento das obras de estádios em Fortaleza, Brasília e Belo Horizonte.

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