martins em pauta

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Pão E Circo


Cada nação merece o governo que tem. No país do futebol, do carnaval o lance é apagar da memória do cidadão o quanto ele já foi roubado, enganado e dilacerado moralmente e apelar para a “tiriricada”, o jogo de palavras e o interesse maléfico em manter o povo no seu lugar.
Depois do resultado que pude perceber, cheguei à conclusão que o país não quer cultura, quer benefício. O país não quer atitude, quer ganhar cinquentão pra fazer piquete. A gente que grita por oportunidade é a mesma que a vende por uma ninharia porque pensa no que vai ganhar e não no que pode conquistar para suas futuras gerações. Melhor ganhar uma cesta básica do que lutar por uma mudança consistente. Melhor levar um colchão do que plantar uma semente de bom senso e colher os frutos da decência. Muito melhor garantir uma boa risada com o candidato palhaço que apareceu três meses antes das eleições do que acreditar no agente de mudança que trabalhou e mostrou resultados por quatro anos, que se aproximou verdadeiramente da realidade social e que teve um projeto limpo. Aliás, quantas dessas pessoas votaram conscientemente, foram conferir o que seus candidatos realizaram, ou o que planejavam para sua gestão?
Desculpem, mas minha desesperança já não se concentra mais na política, mas sim nesse povo que definitivamente não quer saber de tornar-se responsável por alguma coisa pra esse país dar certo ou não. Preferem continuar colocando a culpa no governo, no bandido, no colega de trabalho, na tia do cafezinho, no padeiro ou em qualquer um que não seja ele mesmo. Daqui a um ano vão estar reclamando que falta segurança, que falta educação, que falta uma revisão às leis, mas o que falta mesmo é vergonha na cara.
Não me admira mais que homens de vinte e poucos anos, fortes para o trabalho estejam acompanhando sua vozinha e te parem na rua pra pedir o dinheiro da passagem porque a pobrezinha teve que fazer um exame e agora eles não tem dinheiro pra condução. Nem me admira que o mesmo tiozinho esteja há anos no calçadão do centro tocando sua flauta ou rastejando com uma caixinha implorando por moedas ou vendendo balinhas no ponto do ônibus pra bancar um pão com leite no fim da tarde. Eles vão continuar ali, porque ali é o lugar deles, nesse país que mantém o povo no seu lugar.
O que esperar mais, se em época de mudança, o povo ainda coloca no poder pessoas que comprovadamente iludiram a população? Mestres na arte do abandono intelectual, uma afronta à integridade, voltaram ao poder políticos pelo voto das mesmas pessoas que pintaram a cara para derrubá-lo no passado. Alguém consegue explicar isso? Fichas remendadas, recompostas, maquiadas, verdadeiros monstros que escondem feridas profundas e que teatralmente são absolvidos pela inocência do cidadão simples e a indecência de quem quer garantir a comodidade da vida que tem. Ambos, comprados.
Esperar por o que daqui pra frente? Oras, teremos Copa do Mundo e Olimpíadas! Não tá bom?

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Contato : (84) 9 9151-0643

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