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sábado, 27 de janeiro de 2018

Febre amarela: é preocupante, mas não há motivo para pânico

Sábado, 27 de Janeiro de 2018


Especialista afirma que apesar das ocorrências, a população precisa estar mais atenta à Saúde Pública que sofre com cortes de investimentos e uma epidemia no país nesta situação seria alarmante.

O surgimento de casos de febre amarela em algumas regiões do país, fez a população ligar o sinal de alerta para a vacinação. Mas é necessário um ponderamento para evitar um caos, como explica o médico infectologista, Alexandre Motta. “Não há motivo para pânico, mas não podemos deixar de lembrar dos cortes aprovados na Saúde Pública”.

De acordo com Alexandre, a febre amarela era uma doença que já estava erradicada no Brasil e apenas havia ocorrência em áreas silvestres como Amazônia e regiões do Centro Oeste. Pessoas que precisavam viajar para essas localidades precisavam ser vacinadas. O que chama atenção agora é que a doença se aproximou de cidades e grandes centros urbanos como São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. “Nós estamos praticamente voltando ao século 20. Nós conseguimos erradicar a febre amarela em 1930 com as campanhas de vacinação de Oswaldo Cruz”.

Ele explica que o surto está acontecendo nas periferias. “Vale destacar que nas regiões silvestres como Amazônia o mosquito transmissor é outro. Nas cidades, quem transmite é o mosquito aedes agypti, o mesmo que transmite a dengue, a chikungunya e a zica”. Porém, a febre amarela é uma doença potencialmente muito grave. Enquanto doenças como dengue tem 3% de gravidade, a febre amarela tem 30% podendo chegar a 50% de casos graves.

“Não precisa entrar em pânico, porque a doença não chegou aqui em Natal, nem nas cidades do Nordeste, com exceção da Bahia, Maranhão e Piauí”, ressalta Alexandre. A doença não transmite de pessoa para pessoa, apenas através da picada do mosquito. Por isso deve-se ter bastante atenção no controle do foco do aedes agypti. “A priori nem todo mundo precisa de vacina, apenas as pessoas que vão viajar para essas áreas consideradas de risco”.

Alexandre destaca que uma preocupação que a população precisa ter, é que vivemos num momento muito delicado dos serviços públicos no país. “Enfrentamos muitas dificuldades na saúde brasileira. Na medida que você tem gastos congelados por 20 anos, situação de atendimento ruim e acesso muito dificultoso, surgir uma epidemia, nessas condições é de se ter pânico generalizado”.


Fonte: O Natalense

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