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sexta-feira, 10 de outubro de 2025

Ação da PF contra sindicato de irmão de Lula apreende até uma Ferrari

 Sexta, 10 de outubro de 2025

A Polícia Federal (PF), com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU), deflagrou nova fase da Operação Sem Desconto contra o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), entidade vinculada a José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão de Lula. A ação ocorreu nesta quinta-feira (9) em oito estados e no Distrito Federal, com cumprimento de 66 mandados de busca e apreensão autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Durante as diligências, os agentes federais apreenderam diversos veículos de luxo, entre eles uma Ferrari, um Porsche, Jeeps, um Mini Cooper e uma motocicleta Ducati. Também foram confiscados cofres, armas, munições e dinheiro em espécie. A PF informou que todo material apreendido passará por análises periciais, sem especificar quem são os proprietários dos bens

As buscas foram realizadas em São Paulo, Sergipe, Amazonas, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Pernambuco, Bahia e no Distrito Federal. A operação investiga um esquema de descontos irregulares em benefícios do INSS.

Documentos da CGU enviados à CPMI do INSS revelam que o Sindnapi não informou ao Instituto Nacional do Seguro Social sobre a participação de Frei Chico em sua diretoria. A legislação proíbe parcerias entre organizações da sociedade civil e órgãos públicos quando há familiares diretos de agentes políticos em cargos de direção.

O sindicato apresentou declaração falsa ao firmar acordo com o INSS, afirmando estar em conformidade com as exigências legais. "Ao omitir o vínculo de parentesco direto entre um de seus dirigentes e o presidente da República, o sindicato criou um ambiente de aparente regularidade que induziu os órgãos públicos a erro", aponta a CGU.

Frei Chico ocupava o cargo de diretor nacional de Representação dos Aposentados Anistiados no Sindnapi quando a declaração foi assinada, em junho de 2023. Atualmente, ele exerce a função de vice-presidente da entidade.

A investigação da Operação Sem Desconto aponta que o sindicato arrecadou cerca de R$ 259 milhões em mensalidades associativas entre janeiro de 2019 e março de 2024. A PF e a CGU apuram possíveis crimes de inserção de dados falsos em sistemas oficiais, formação de organização criminosa e lavagem de dinheiro por meio de contratos com entidades e empresas intermediárias.

Os investigadores também analisam indícios de ocultação e dilapidação patrimonial, com transações financeiras suspeitas que podem ter sido usadas para mascarar a origem dos recursos obtidos pelo esquema.

Em comunicado, o Sindnapi afirmou ter recebido com "surpresa" o cumprimento dos mandados judiciais e negou envolvimento em atividades ilícitas. "O sindicato reitera seu repúdio e sua indignação com quaisquer alegações de prática de delitos e comprovará a lisura de sua atuação, sempre em prol de seus associados", declarou a entidade em nota.

Fonte: Jornal da Cidade Online

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