Sexta, 22 de agosto de 2025
No entanto, no dia 22 de maio, Davi Alcolumbre, aliado do Planalto, determinou a sessão que instalaria a Comissão para o longínquo dia 17 de junho, certamente na esperança de que conseguiria retirar assinaturas do requerimento neste prazo.
Chegou o dia 17 de junho, um deputado a mais havia assinado e nenhum senador havia retirado a sua assinatura. Assim, não restou a Alcolumbre determinar a instalação da CPMI, conforme o regimento da Casa.
No próprio dia da instalação, já se tinha como certo, nos bastidores, a eleição de Omar Aziz (PSD-AM), aliado de Lula e algoz de Bolsonaro na CPMI da Covid, como presidente da Comissão. Esse acerto era voz corrente no Congresso até a véspera da eleição da mesa.
Mas eis que o líder do governo, senador Randolfe Rodrigues, certamente convencido de que já estava tudo encaminhado, foi tratar de outras coisas, e chegou atrasado à votação da mesa diretora da Comissão. Quando chegou, o desastre já havia se consumado: Omar Aziz estava fora e, em seu lugar, foi eleito presidente o senador da oposição Carlos Viana (Podemos-MG). Aparentemente, a oposição se utilizou de manobras regimentais para obter a maioria de votos. Uma senhora pixotada da liderança do governo no Congresso.
Uma CPMI-bomba nas mãos da oposição é claro sinal de fraqueza do governo no Congresso. Uma sinalização (mais uma) de que a perspectiva de poder representada pelo governo Lula está se esvaindo.
Marcelo Guterman. Engenheiro de Produção pela Escola Politécnica da USP e mestre em Economia e Finanças pelo Insper.
Fonte: Jornal da Cidade Online
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