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domingo, 24 de agosto de 2025

O dado trágico que demonstra o quanto a proposta do Brasil em Bogotá é “indecorosa”

Domingo, 24 da agosto de 2025





Um dado trágico demonstra a inviabilidade da proposta brasileira no combate efetivo ao tráfico de drogas.

O Brasil apreende só 3% da droga que entra no país via Rota do Solimões.

Eis o que diz matéria publicada neste sábado (23) pelo site Metrópoles:

Estimativas de especialistas em segurança pública dão conta de que apenas 2% a 3% da cocaína produzida nos países vizinhos do Peru e da Colômbia e enviada para o território nacional seja apreendida na Rota do Solimões, na Amazônia, que hoje tem a hegemonia do Comando Vermelho (CV).
O volume é estimado a partir de imagens de satélites das áreas de plantio de coca em países vizinhos, que contam até com variedades adaptadas ao úmido clima amazônico e não são mais produzidas exclusivamente nas encostas dos Andes.
Pesquisador do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e professor da Universidade Federal do Pará (UFPA), Cesar Mello diz que é sempre difícil mensurar as quantidades de droga produzida, mas explica a maneira como se chega a essas proporções. “Usando qualquer metodologia de cálculo, percebe-se que a produção gira em torno de milhares de toneladas, enquanto as apreensões ficam em menos de uma centena”, diz.
Na prática, a fronteira do Brasil com Peru e Colômbia só existe nos mapas. A vida real mostra que não há qualquer tipo de controle no acesso aos rios da região do Alto Solimões, uma área de 96 mil quilômetros quadrados, equivalente ao território de Portugal, e com intensa atuação do crime organizado.
Entre a cidade brasileira de Tabatinga e a colombiana Letícia, por exemplo, nenhum posto das Forças Armadas, aduana ou qualquer órgão de fiscalização de práticas criminosas. Transita-se livremente entre os dois países. A tríplice fronteira é formada ainda pela ilha peruana de Santa Rosa, acessível com qualquer canoa, sem abordagem de autoridades de segurança.
Segundo as autoridades, a cocaína é transportada muitas vezes nessas pequenas embarcações, que promovem um vaivém frenético pelo Solimões, rios e igarapés da região.
Ao longo do Rio Javari, um curso d’água que serpenteia por mais de 1.000 km de extensão, na fronteira com o Peru, qualquer um pode cruzar de uma margem a outra sem ser incomodado e o patrulhamento é exercido na prática pela Polícia Militar do Amazonas, com 156 integrantes no batalhão de Tabatinga.
As Forças Armadas contariam com um efetivo de cerca de mil homens na região da tríplice fronteira, que ficariam restritos a atividades que não incluem patrulhamento e abordagem de criminosos. Como disse um policial ouvido pela reportagem, só atuam se “cair no colo”.


Fonte: Jornal da Cidade Online 

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