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domingo, 9 de agosto de 2015

Onda de ataques no Afeganistão deixa dezenas mortos e centenas de feridos

Domingo, 09 de agosto de 2015


Os três atentados registrados em Cabul nas últimas 36 horas deixaram 51 mortos e centenas de feridos, nos dias mais violentos de 2015 desde a retirada das tropas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Esta é a primeira onda de ataques de envergadura na capital do Afeganistão depois da nomeação do sucessor do mulá Omar no comando dos talibãs. Ela vem em meio a um duvidoso processo de paz e num momento em que as forças afegãs enfrentam pela primeira vez sozinhas os rebeldes extremistas. O primeiro ataque ocorreu na madrugada de sexta-feira em um bairro residencial, onde a explosão de um caminhão-bomba deixou quinze mortos e 240 feridos. O segundo, contra uma academia de polícia, matou ao menos 27 agentes e deixou outros vinte feridos quando um suicida detonou os artefatos que levava. Menos de 24 horas mais tarde, os insurgentes lançaram um ataque contra Camp Integrity, uma base militar perto do aeroporto de Cabul, onde estão estacionadas as forças especiais americanas, provocando mais nove mortes. "Um membro (da missão) de Apoio Decidido da Otan e oito civis morreram", informou a missão da Aliança Atlântica no Afeganistão em um comunicado. Segundo a empresa de segurança que os empregava, todos eram afegãos. Os insurgentes não costumam reivindicar os atentados com vítimas civis, embora estes sejam a maioria em um conflito que começou em 2001, com a queda do regime dos talibãs. Nos seis primeiros meses de 2015, quase 1 600 civis morreram e outros 3 300 ficaram feridos em atos violentos, segundo a missão da ONU no Afeganistão. Desde a saída da Otan, em dezembro, a polícia e o exército enfrentam sozinhos a insurreição, presente em quase todo o país. Antes dos atentados em Cabul, os rebeldes já haviam matado, na quinta-feira, nove pessoas em uma série de atentados cometidos na província de Logar, ao sul de Cabul, e em Kandahar, reduto dos insurgentes. Os atentados demonstram que os talibãs conservam sua força. Os ataques se seguem à designação do mulá Akhtar Mansur à frente dos talibãs, substituindo seu líder histórico, o falecido mulá Omar, que morreu há dois anos, segundo o serviço de inteligência afegão confirmou poucos dias atrás.Uma parte dos talibãs, incluindo a família do mulá Omar, se nega a reconhecer o novo chefe, acusado de proximidade com o Paquistão, e sustenta que a sucessão foi rápida demais. Além disso, o movimento enfrenta divisões internas relativas às negociações de paz preliminares iniciadas há um mês com o governo de Cabul. "A atual onda de ataques é uma tática usada pela nova liderança do Talibã para mostrar que eles ainda estão operando", avalia o especialista em segurança afegão Abdul Hadi Khaled. "É uma demonstração de força." (Veja)

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