Karla Larissa
Repórter
O Rio Grande do Norte teve uma perda de R$ 3 milhões em investimentos de estrangeiros no primeiro trimestre de 2014, com relação ao mesmo período do ano passado. Até 31 de março, foram investidos R$ 6,6 milhões por estrangeiros (pessoa física) no RN contra R$ 9,6 milhões nos primeiros primeiros 3 meses de 2013, o que representa uma redução de cerca de 30%. Os dados foram divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Ana Silva

Na lista divulgada pelo MTE, o RN figura na 5a colocação, atrás de São Paulo, Ceará, Rio de Janeiro e Bahia, respectivamente. Em 2013, o estado – que já liderou a lista em 2007 - fechou o ano na mesma posição.
Outros estados nordestinos, como Ceará e a Bahia, conseguiram manter o mesmo patamar do ano passado. No primeiro trimestre desse ano, o CE recebeu R$ 13, 8 milhões em investimentos estrangeiros (pessoa física) e a BA, R$ 9,5 milhões, frente a R$ 14, 3 mi e R$ 9,8 mi no mesmo período do ano passado.
Para o conselheiro da Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil (ADIT Brasil), Daniel Aran, a burocracia, a falta de infraestrutura e de uma política de incentivo à investidores estrangeiros, além da crise europeia, tem afastado os investidores estrangeiros do Rio Grande do Norte.
Aran, que é uruguaio e desde 2001 é dono de uma imobiliária em Pipa, opina que falta competitividade ao RN com relação a outros estados nordestinos. “O Ceará tem uma capacidade de atrair investimentos melhor. Já no RN, o esforço do governo nunca foi um destaque”, aponta.
Segundo Aran, com a crise europeia, houve uma mudança no perfil do investidor estrangeiro, principalmente, no mercado imobiliário. “Antes o estrangeiro vinha e investia focando outros estrangeiros. Mas desde a crise não tem compradores, então, o foco mudou para o consumidor local”, explica. “Hoje em dia, uma série de investidores concluíram o seu investimento e, em muitos casos, ficaram decepcionados. Há muita burocracia e muitas pessoas tiveram prejuízos”, acrescenta.
Competitividade
O economista e professor da Universidade Potiguar, Marcos Alves, concorda que o RN não tem sido competitivo e que, por isso, tem perdido espaço para outros estados nordestinos. “Para receber investimentos, um estado precisa ser competitivo em energia, mão de obra qualificada, modais de transporte, telecomunicações e tecnologia. E um dos principais problemas do RN é a falta de modais de transporte”, analisa.
Na opinião de Alves, o RN tem um setor competitivo que é o turismo, mas precisa fazer investimentos. “Além disso, a burocracia é enorme. A participação do RN na economia do país tem diminuído cada vez mais”, finaliza.
O consultor imobiliário, João Hernandes lembra que até 2008, o RN vinha muito bem, com vários projetos em andamento. Mas, desde a crise na Europa, nenhum grande investimento foi consolidado. “Caiu bastante. Nós tínhamos uma demanda grande, de espanhóis, portugueses e noruegueses, principalmente, mas a crise assolou o mercado imobiliário”.
Hernandes acrescenta que, o RN também tem perdido investimentos de estrangeiros no setor imobiliário por falta de novos destinos. “O Ceará e a Bahia tem trabalhado nisso, o RN não tem um novo destino para atrair esse pessoal. Minha grande esperança é que sejamos vitrine com a Copa do Mundo e que essa visibilidade dê um novo folego”.
Fonte: Tribuna do Norte
Nenhum comentário:
Postar um comentário