Domingo, 03 de janeiro de 2015
Na Coluna Plural, do Novo Jornal.
por François Silvestre

Medição do tempo.
Não há civilização ou aglomerado humano que não tenha tentado dominar o tempo. E a primeira tentativa de domínio dá-se pela sua medição.
Na conquista de terras, o homem toma posse e mede depois. No caso do tempo, por não conseguir tomar posse, resolve medi-lo antes do sonho impossível de domá-lo.
Os calendários do Sol aparecem em todas as investidas arqueológicas. Na busca pela compreensão de civilizações perdidas ao longo da História.
Essa medição, tentada ou consolidada, combinava o Sol com as edificações na Terra. Os calendários de pedras. Nos aglomerados de povos mais rústicos as fases da Lua faziam a medição.
Ainda hoje há muitos calendários. Mesmo que o nosso contador de tempo, da última reforma do papa Gregório, seja o mais universal de todos. O Calendário chinês fixa-se na relação com os animais, símbolos de uma contagem só deles.
A Índia precisou criar um calendário nacional, dada a existência de quase trinta calendários regionais. E o tempo sem dar satisfação aos medidores.
O calendário ocidental, que nos orienta, vem da civilização latina. Do calendário romano ou calendário de Rômulo, aprimorado por Numa Pompílio, que acrescentou dois meses, no Sec. Oito antes de Cristo. No ano 46, antes de Cristo, Júlio César reformou o calendário. Reduziu defasagens da contagem anterior. No ano 08 da era cristã, Augusto César fez nova revisão. Esse calendário, revisado por Augusto, ainda é usado pelos cristãos ortodoxos.
Em 1582, o papa Gregório XIII fez nova correção. Corrigiu defasagem de dias e horas e alterou os anos bissextos. (de quatro em quatro anos, fora os múltiplos de 100 que não forem múltiplos de 400). O calendário gregoriano guarda uma diferença de treze dias para o calendário anterior.
No calendário romano, antes de Numa Pompílio, o ano começava em Março. Dois meses foram incorporados. Janeiro vem do deus Jano, que era a divindade latina das mudanças. E toda mudança tem outro começo. Fevereiro vem de Fébruo, deus da morte e purificação. Herança etrusca na mitologia latina.
Março vem de Marte, deus da guerra. Era o mês inicial do calendário antigo. Abril é abertura, que significa fertilidade. Vem de Aprus, o nome etrusco de Vênus. A deusa fértil.
Maio vem de Maya, mãe de Hermes, da mitologia grega. Procriação e amor; tempo das noivas. Junho vem de Juno, mulher de Júpiter, e faz as fronteiras do inverno e verão em cada hemisfério.
Julho é homenagem a Júlio César, primeiro reformador do calendário. O nome do mês era Quintiles, quinto mês do calendário antigo. Agosto é homenagem a Augusto César, segundo reformador. O nome do mês era Sextiles, sexto mês do antigo calendário. Os meses seguintes guardam a numeração do calendário antigo. Sete, Oito, Nove e Dez. Setembro…
Que o Ano seja menos violento e o Brasil menos hipócrita. Ao perder o “mais” de vista, torço pelo “menos”. Té mais.
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