Quarta, 18 de junho de 2025
A Polícia Federal indiciou o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) no inquérito que apura o funcionamento de uma suposta estrutura paralela de inteligência — apelidada de “Abin paralela” — durante o governo Bolsonaro. O relatório final da investigação foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que agora deverá analisar os elementos reunidos.
De acordo com a Polícia Federal, a chamada Abin paralela teria sido utilizada para monitorar ilegalmente ministros do Supremo Tribunal Federal, parlamentares, jornalistas e outras figuras públicas consideradas adversárias políticas do governo da época. O esquema teria se iniciado sob a gestão de Alexandre Ramagem na chefia da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Segundo os investigadores, o grupo fez uso do software First Mile — ferramenta com capacidade de rastrear celulares por meio das redes móveis 2G, 3G e 4G. Com esse sistema, era possível localizar aparelhos com base no número de telefone e acompanhar, em tempo real, a movimentação dos alvos em mapas digitais.
Entre os nomes que teriam sido monitorados ilegalmente estão os ministros do STF Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli e Luiz Fux, além do então presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Conforme sustenta a PF, essa estrutura de vigilância funcionava sem aval judicial e à margem dos canais oficiais da agência, atendendo a interesses pessoais e políticos.
A formalização do indiciamento de Carlos Bolsonaro ocorreu apenas dois dias depois de ele declarar publicamente a intenção de concorrer a uma vaga no Senado por Santa Catarina, nas eleições de 2026. Agora, com o relatório em posse do STF, caberá à Procuradoria-Geral da República (PGR) decidir se apresenta denúncia formal contra os investigados.
Fonte: Jornal da Cidade Online
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