Dias Toffoli e a estranha conexão alegada para pedir inquéritos sobre a farra do INSS

27/06/2025 às 06:27Ler na área do assinante

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), usou depoimentos do ex-advogado da Odebrecht Rodrigo Tacla Duran para justificar sua competência para ter acesso aos inquéritos ligados à Operação Sem Desconto, que investiga a farra dos descontos indevidos sobre aposentadorias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

A Polícia Federal fez uma representação ao gabinete dele na qual afirma que poderia haver conexão entre alguns dos citados na Operação Sem Desconto e uma investigação aberta no STF com base no depoimento do ex-advogado da Odebrecht, no âmbito de apurações sobre acusações de Tacla Duran contra o senador Sérgio Moro e o ex-deputado federal Deltan Dallagnol.

Um texto publicado nas redes sociais pelo vereador de Curitiba, Rodrigo Marcial, é elucidativa. Confira:

“Adivinha quem entrou na investigação da ‘farra do INSS’, onde aposentados foram roubados em massa?

Sim: Dias Toffoli.

O mesmo que anulou provas da Lava Jato, agora quer acesso a todos os inquéritos da PF sobre o rombo do INSS. Mas o caminho que usou é o mais curioso…

Toffoli alegou ‘conexão’ com o caso Tacla Duran — aquele advogado da Odebrecht foragido, que acusou Sergio Moro e Deltan Dallagnol de supostos abusos.

Sim, é isso mesmo: ele usou uma delação desmoralizada para justificar entrar num escândalo de fraude contra aposentados.

A PF descobriu que nomes com foro, como Onyx Lorenzoni e Fausto Pinato, foram citados na ‘Operação Sem Desconto’.

Mesmo com os citados negando qualquer envolvimento, isso bastou para Toffoli pedir acesso a todos os inquéritos no país relacionados ao caso.

Na prática, o que está acontecendo é simples: Toffoli se coloca como relator de qualquer caso relevante que interesse ao STF, mesmo que indiretamente.

O argumento? Alguma ligação cósmica com depoimentos de um delator com credibilidade duvidosa.

Enquanto aposentados são lesados e aguardam justiça, a cúpula do Judiciário prioriza disputa política e perseguição aos que ousaram enfrentar o sistema.

Essa é a ‘coragem institucional’ de quem rasgou a Lava Jato e agora quer tomar conta da farra no INSS.

Essa movimentação não é aleatória. É uma dança coreografada para manter o controle narrativo, jurídico e político.

E mais uma vez, o STF vai além dos seus limites.

Enquanto isso, os brasileiros que pagam a conta... continuam esperando por justiça.”

Fonte: Jornal da Cidade Online