segunda-feira, 11 de março de 2024

5 anos de Inquérito das "Fake News", o Ato Institucional que acabou com a liberdade no Brasil

Segunda, 11 de março de 2024



É preciso registrar o que aconteceu nos últimos anos, visto que há um forte esforço por parte do regime Supremo-PT para reescrever a história, utilizando a imprensa, que hoje opera como mero braço de propaganda do regime.

Segundo a versão divulgada pelos jornais nos últimos dias, a operação Lava Jato, que completa dez anos, foi um processo de perseguição política contra Lula e o PT.

O PT vai mais longe e afirma que a Lava Jato representou um 'ataque contra a política e a democracia', com o objetivo de instituir o 'fascismo' no Brasil. A reação das instituições serviu para "proteger a democracia" deste plano maligno.

Obviamente, nem os petistas acreditam nisso, mas, conforme disse Goebbels, o ministro de propaganda nazista, 'uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade'.

O que ocorreu no Brasil, desde os protestos de 2013, foi a tomada de consciência de um povo que esteve subjugado por mais de um século por uma elite patrimonialista, corrupta até o tutano e profundamente autoritária.

A elite tentou aplacar a fúria popular oferecendo a cabeça de Dilma, organizando a sua substituição pela lâmina tucana do Teatro das Tesouras, representada por Geraldo Alckmin. Não funcionou...

O 'outsider' Bolsonaro foi eleito, finalmente representando uma agenda de direita, após décadas de uma farsa democrática caracterizada pela alternância de poder entre petistas e tucanos, ambos com agendas de esquerda.

Segundo o próprio FHC, os dois grupos, apesar de aparentemente antagônicos, perseguem os mesmos objetivos, apenas por caminhos distintos.

Bolsonaro representava uma ameaça ao sistema, mas, ao mesmo tempo, ofereceu a oportunidade para que uma operação de resgate do establishment fosse montada. Por um lado, o ex-presidente buscou, como tantas vezes ocorreu na história brasileira, a conciliação, o que se revelou seu maior erro.

Enquanto isso, o povo acreditou que a eleição de um presidente anti-sistema seria suficiente para refundar o Brasil. Ledo engano: o presidente possui poderes limitados.

Essa foi a janela de oportunidade de que o establishment precisava para iniciar sua reação. O objetivo era libertar Lula, anular suas condenações, bem como as de todos os seus comparsas, e neutralizar o governo Bolsonaro, retomando o controle absoluto do país.

Além disso, era essencial destruir qualquer possibilidade de que a revolta que levou Bolsonaro à presidência pudesse se repetir.

Aqui entra na história o Ato Institucional do Supremo, com o objetivo de proteger seus integrantes de possíveis investigações e críticas, além de censurar e perseguir investigadores e críticos.

Por meio de uma interpretação peculiar do Regimento Interno da corte, que permite a instauração de um inquérito por um ministro em caso de ocorrência de um crime em suas dependências, instaurou-se o inquérito 4781, posteriormente apelidado de 'Inquérito das Fake News'.

Desconsiderando o Ministério Público, Alexandre de Moraes foi escolhido diretamente pelo ministro Toffoli para conduzir as investigações, apesar dos protestos do ministro Marco Aurélio Mello, que reivindicava o sorteio do relator. Em seguida, Moraes selecionou uma equipe de delegados da Polícia Federal de sua confiança para liderar a 'investigação', diferentemente do que ocorre usualmente em operações policiais, em que cabe à corporação a designação dos delegados.

Inicialmente, o inquérito não despertou grande atenção do público, apesar de sua aparente ilegalidade. Como primeira decisão, indicativa de seu objetivo, bloqueou-se uma investigação da Receita Federal sobre possíveis inconsistências nas declarações de renda de autoridades, incluindo ministros do Supremo e suas esposas. Os auditores envolvidos foram suspensos.

Posteriormente, surgiu uma decisão que antagonizou a opinião pública e a imprensa em relação ao inquérito: uma reportagem da revista Crusoé divulgava a notícia bombástica de que Toffoli havia sido identificado por Marcelo Odebrecht em delação premiada como 'Amigo do Amigo do Meu Pai', termo utilizado nas comunicações internas da empresa. 'Amigo do Meu Pai' era a forma como Lula era mencionado nessas conversas.

O ministro Toffoli enviou um ofício ao ministro Moraes, relator do inquérito, solicitando providências. Moraes, então, determinou a retirada da matéria do ar, classificando-a como 'fake news'. Diante dos protestos generalizados da imprensa, Moraes recuou, atribuindo à PGR a responsabilidade por alegar desconhecimento do caso quando questionada por um jornal, o que ele teria interpretado como prova da falsidade da notícia. Posteriormente, foi confirmado que Marcelo realmente fez essa revelação em conversas com procuradores.

O Congresso também reagiu. Os senadores Alessandro Vieira e Randolfe Rodrigues apresentaram um pedido de impeachment contra os ministros Toffoli e Moraes em decorrência do inquérito.


Fonte: Jornal da Cidade Online

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