Terça, 13 de Junho de 2023
Não há prova mais cabal de que vivemos sob um governo distópico e tirânico, do que o governante evitar aparições em público e, quando aparece, ou apenas seu nome é citado, a reação do povo é uma torrente de vaias e xingamentos.
Qual deveria ser a conduta de um governante correto, democrático e imbuído de seu papel de REPRESENTANTE DO POVO, diante de uma situação deste tipo.
Procurar ouvir os anseios do povo, buscar o diálogo, ceder, negociar e demonstrar boa vontade em corrigir os rumos de seu governo.
Essa insatisfação da maioria de nosso povo já se reflete no Congresso, com a instalação de 5 CPIs e pelo menos 6 pedidos de impeachment, em menos de 6 meses de gestão.
Qual tem sido a postura de nosso Executivo?
Prisão de manifestantes, censura nas redes sociais, cassação de opositores, distribuição recorde de verbas do orçamento secreto, em tentativa de compra de votos parlamentares, escândalos ministeriais, viagens internacionais intermináveis, formalizando acordos obscuros e o total desprezo à opinião pública.
Se esses não são os mesmos passos seguidos pela maioria das ditaduras, não tenho ideia sobre o que poderia ser.
Enquanto a economia derrete, os avanços autoritários prosseguem, investimentos desaparecem e as perseguições se intensificam, só nos resta continuarmos manifestando nossas insatisfações, independente das consequências, e aguardarmos que ocorra alguma resistência alimentada pelos grandes empresários nacionais, setores do Agro, religiosos e políticos.
Os "golpes" e "contragolpes" sempre são engendrados pelas elites detentoras do poder econômico e político.
Militares são funcionários públicos, que obedecem às autoridades. Obedecerão aqueles que forem respaldados pela opinião pública, os grandes interesses econômicos e políticos.
A opinião pública já está manifesta.
E os senhores empresários, líderes religiosos e políticos?
Os pedidos de impeachment aguardam nossas manifestações e pressão para serem instaurados.
Se nada for feito, empresários não terão mais empresas, produtores não terão mais terras, religiosos perderão seus púlpitos e políticos não serão mais eleitos.
Hora de acordar e agir, enquanto ainda é possível.
Pedro Possas. O autor é médico.
Fonte: Jornal da Cidade Online
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