Terça, 14 de Junho de 2016
por Samuel Celestino
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Faz pleno sentido o recado que Eduardo Cunha teria encaminhado ao presidente em exercício, Michel Temer, segundo o qual ele tem bala na agulha suficiente para desmontar o governo. Segundo os seus cálculos, tem uma tropa de 150 deputados federais, um senador e, ainda, um ministro próximo ao presidente. Divulgado por uma coluna do Estadão, o aviso de Cunha, não está fora de órbita, muito pelo contrário. Demonstra ter força suficiente para ameaçar Temer, “caso não seja salvo”. Se o seu “aviso” faz sentido, de outro modo o presidente interino não teria como acatá-lo, embora fique sem apoio da Câmara dos Deputados para tocar seus objetivos, principalmente no setor da economia, além de projetos para tirar o país da crise. Com tudo em política tem sempre dois lados, a queda de Eduardo Cunha desmontará o seu poder. Certamente será preso e cumprirá uma pena nada modesta, levando com ele sua mulher, talvez a filha. O presidente da Câmara, no momento afastado pelo Supremo Tribunal Federal, está na mira da Operação Lava Jato e do Conselho de Ética que poderá decidir pela sua cassação, nesta terça ou quarta feira. É uma situação complicadíssima. Portanto, já não sabe para onde correr. A moeda tem outro lado que casa bem com os deputados – a tropa dos 150 que ele diz ter. Boa parte desses parlamentares quando o prestígio de Cunha desabar, e pode estar perto, principalmente se for preso como ele presume, cada macaco integrante do seu grupo correrá para o galho que oferecer a melhor proteção. Se é que encontrará o galho certo. Ainda há de se levar em consideração que parte dessa tropa está na mira da Lava Jato e não haverá santo a quem apelar.
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