terça-feira, 12 de maio de 2015

Salvador: Moradores dormem com porta aberta para fugir em caso de deslizamento


Terça, 12 de maio de 2015 


Com casas erguidas perto de encostas que podem desabar a qualquer momento, moradores da orla da Pedra Furada, na Cidade Baixa, em Salvador, chegam a dormir com as portas das casas abertas para facilitar a fuga durante um possível deslizamento de terra. A localidade está entre as 600 áreas consideradas de risco mapeadas na capital baiana. Uma das moradoras que vivem em alerta é a dona de casa Geane Alencar, que, por causa da chuva e do medo da encosta ao fundo do imóvel ceder, abandonou o quarto para dormir com a família na sala em uma esteira. "Dormimos eu, meu marido, meus netos, um filho e uma nora. A porta fica entreaberta, porque qualquer barulho estranho durante a noite, tem que sair correndo", afirma. A preocupação ficou ainda maior depois que o barro deslizou em direção à casa dela, durante a chuva forte que atingiu a capital em abril. Outro que vive assustado é o pescador Luiz Roberto Santos, que também convive com uma encosta nos fundos da casa. Do paredão, escorre água o tempo todo, o que deixa a terra sempre enxarcada. "Pelas coisas que estão acontecendo nos últimos dias, tenho maior medo disso ai", afirma. Dezesseis das 600 áreas de risco da capital consideradas mais críticas estão espalhadas por 12 bairros. São eles Alto da Terezinha, Lobato, Boa Vista de São Caetano, Capelinha de São Caetano, Alto do Peru, Liberdade, Pau da Lima, São Marcos, Sussuarana, Mata Escura, Fazenda Grande do Retiro e São Gonçalo do Retiro. Segundo o engenheiro civil Hélio Baptista, as áreas de risco são caraterizadas por "inclinação dos taludes, a presença de solo solto, de entulhos, de lixo. A presença e vegetação com um certo porte também caracteriza área de risco", diz. Sobre a região da Pedra Furada, o especialista afirma que é preciso que obras sejam feitas o mais rápido possível. De acordo com ele, a colocação de lona na encosta previne apenas parcialmente os riscos de deslizamento de terra. "Essa encosta necessita de uma obra de contenção. A gente vê que houve uma ruptura e foi colocada uma lona para evitar novas infiltrações de água no solo, mas mesmo assim a gente percebe que há presença de água", avalia. (G1 Bahia)

Nenhum comentário:

Postar um comentário