domingo, 17 de maio de 2015

AGUDEZA NA CRISE ECONÔMICA NACIONAL

Domingo,17 de maio de 2015 

“Há um arrefecimento do consumo de forma geral, mas algumas atividades têm sido mais impactadas do que outras”, observa Elviro Rebouças

POR ELVIRO REBOUÇAS 

Elviro Rebouças é economista e empresário

Com a Presidente Dilma Rousseff reunida neste domingo, dia 17, com todo o seu ministério, e ao seu lado o competente, preparado e bem intencionado Ministro Joaquim Levy, procurando cortar até R$.80 bilhões de gastos orçamentários para 2015, já que não existe receita para tais dispêndios, o IBGE divulgou no dia 14 – quinta-feira – o resultado do orçamento mais comprometido e do menor avanço da renda, os consumidores estão pensando duas vezes antes de fazer a lista de supermercado. Bens que não são essenciais estão sendo limados do roteiro de compras, o que tem provocado baixa nas vendas do setor. As famílias estão cortando os bens que não são essenciais da lista de supermercado. É a primeira coisa que se faz quando se está com restrição orçamentária. Em março, as vendas de hipermercados, supermercados e produtos alimentícios cederam 2,2% em relação a fevereiro. Na comparação com igual mês de 2014, o recuo foi de 2,4%, segundo o IBGE, a maior retração no setor em 13 anos. Além do menor avanço da renda, outros fatores têm afetado a decisão de compras das famílias brasileiras. Há um arrefecimento do consumo de forma geral, mas algumas atividades têm sido mais impactadas do que outras. O crédito está crescendo menos, assim como a renda, e a inflação está elevada. Vendas no varejo caem 0,9% em março e fecham 1º trimestre com pior resultado em 12 anos.

As vendas no varejo brasileiro recuaram 0,9 por cento em março sobre fevereiro, segundo mês seguido de perdas e com resultado pior do que o esperado, encerrando o primeiro trimestre com o resultado mais fraco em 12 anos.

Num sinal do peso que a fraqueza econômica vem tendo sobre o setor. O varejo fechou o período de janeiro a março com recuo acumulado no volume de vendas de 0,8 por cento na comparação anual, leitura mais fraca desde o terceiro trimestre de 2003 (queda de 4,4 por cento) e o pior resultado para um primeiro trimestre também desde 2003 (queda de 6,1 por cento). Na comparação com março de 2014, as vendas varejistas avançaram 0,4 por cento, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia a Estatística (IBGE) nesta quinta-feira. Os resultados foram piores que as expectativas em pesquisa da Reuters, de queda de 0,35 por cento na comparação mensal e alta de 1,50 por cento sobre um ano antes.

Venda de veículos tem queda de 25% em abril ante 2014, diz Fenabrave

Os emplacamentos de automóveis, comerciais leves (picapes e furgões), caminhões e ônibus tiveram queda de 25,19% em abril de 2015, em comparação com o mesmo mês de 2014, informou a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), nesta terça-feira (5). De acordo com a entidade, foram 219.350 veículos vendidos em abril de 2015, enquanto abril de 2014 atingiu 293.229 unidades emplacadas. Em relação a março passado, com 234.670 mil veículos emplacados, houve queda de 6,53%. O setor acumula 893.752 unidades vendidas nos primeiros 4 meses de 2015, o que representa uma queda de 19,9%, ao comparar com o mesmo período de 2014, que chegou a 1.105.940 unidades emplacadas. Ao incluir também as vendas de motos, contadas a parte, os emplacamentos chegam a 327.508 unidades, pior resultada para abril desde o ano de 2007, quando foram vendidos 307.589 automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus e motos.

Emprego “Cerca de 250 concessionárias já foram fechadas nestes 4 meses, o que representa algo em torno de 12 mil empregos. No ano, podemos chegar a 800, o que levará a perda de 35 mil a 40 mil empregos”, disse Alarico Assumpção, presidente da Fenabrave. Atualmente, o setor tem cerca de 8 mil concessionárias, o que representaria um encolhimento de 10%, caso a atual situação ecônomica perdure até o final do ano.

Bandeira tarifária eleva para R$ 2,4 bi gasto de consumidores com energia

O consumo de energia no Brasil ficou R$ 2,4 bilhões mais caro no primeiro trimestre deste ano devido à adoção do sistema de bandeiras tarifárias pelo governo federal. A arrecadação das distribuidoras vem em trajetória crescente desde o início do ano. Em janeiro, as bandeiras tarifárias geraram uma despesa adicional de R$ 413,9 milhões por parte dos consumidores. Esse montante subiu para R$ 823,1 milhões em fevereiro e alcançou R$ 1,159 bilhão em março, de acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A elevação reflete o consumo de energia e o reajuste aprovado pela agência reguladora a partir de março. Em janeiro, quando o sistema começou a ser aplicado, o cliente pagava R$ 3,00 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos nos meses em que o sistema operasse com a bandeira vermelha. No caso da bandeira amarela, o valor era de R$ 1,50 para cada 100 kWh. Mas, em março, o valor foi reajustado para R$ 5,50 por 100 kWh na bandeira vermelha e R$ 2,50 por 100 kWh na bandeira amarela. Como desde o início do ano a bandeira acionada pela Aneel é a vermelha, o consumidor está pagando pelo valor adicional cheio. A receita das distribuidoras é inflada de modo a evitar que o setor volte a precisar de recursos externos, assim como ocorreu principalmente em 2014. Diante do descasamento entre a elevação dos preços da energia e o cronograma dos reajustes anuais das distribuidoras, o setor precisou de R$ 21,2 bilhões em empréstimos bancários para fazer frente às despesas mais elevadas.


Fonte: Carlos Skarlack

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