segunda-feira, 14 de julho de 2014

Ministério Público apura supostas irregularidades em Prefeitura


Inquérito Civil Público, desencadeado pelo Ministério Público Federal (MPF), deverá causar muita dor de cabeça a algumas pessoas da política e seus asseclas. O alvo principal é a Prefeitura de Mossoró.


Tomaz comemora trabalho do MPF (Foto: Câmara Municipal)

O procedimento toma como base entrevista do vereador Tomaz Neto (PDT) ao programa “Cenário Político” da TV Cabo Mossoró (TCM), ocorrida à noite do dia 27 de fevereiro deste ano. Denúncias feitas pelo vereador foram convertidas em postagem especial do Blog Carlos Santos (veja AQUI), despertando o interesse investigativo do MPF.

O procurador da República, Aécio Mares Tarouco, assinou pedido ao próprio vereador, para que ele ofereça maiores informações – e possíveis documentos – quanto a situações nebulosas envolvendo recursos públicos. “Acerca de fatos contidos na notícia”, assinala o procurador, anexando a postagem deste Blog.

Para o procurador, é importante levantar dados relativos “a convênio ou instrumento congênere”, com “repasses de recursos federais”.

O inquérito tem o número 1.28.100.000.204/2014-90.

“Caixão Preto”

- “Estou muito feliz pela iniciativa do MPF” – fala o vereador, soltando largo sorriso. Para ele, “ao agir com tamanha atenção e zelo, o procurador atende à minha preocupação como representante da sociedade, dando ouvidos a dúvidas quanto ao emprego do dinheiro público pela Prefeitura de Mossoró”.

Tomaz Neto denunciou a existência de uma espécie de “Caixão Preto” na municipalidade. Em sua análise, existem tantas questões suspeitas e encobertas, que fogem ao conhecimento da sociedade, que “temos a obrigação de desconfiar”.

Além de atender à solicitação do MPF, o vereador adianta ao Blog que instruiu sua assessoria para pedir audiência ao procurador Aécio Mares Tarouco, para cumprimentá-lo e oferecer maiores subsídios.

Segundo Tomaz, o uso da expressão “Caixão Preto” é uma forma de tentar desvendar os mistérios da prefeitura. “Para mim, não existe uma ‘caixa preta’, mas um ‘caixão preto’ que precisa ser aberto”, ratifica.

Ele obteve a relação das 183 ruas listadas pela Prefeitura de Mossoró, que tiveram contratação de recursos para pavimentação a paralelepípedo, empreendimento financiado com recursos da União. Serviços foram contratados ainda na gestão da então prefeita Fafá Rosado (PMDB), num montante em torno de 37 milhões de reais. Prefeitura nunca passou relação das ruas, apesar dos pedidos reiterados feitos na Câmara Municipal.

“É um dos pontos nebulosos desse ‘Caixão Preto’”, insiste ele.

Rombo de mais de R$ 46 milhões

Lamenta, ainda, que mesmo anunciando um “rombo” de mais de R$ 46 milhões nas contas municipais (dia 14 de fevereiro – Veja AQUI), o governo do então prefeito interino (depois eleito para efetivo) Francisco José Júnior (PSD), não tenha aberto as informações.


Prefeito (de amarelo) prometeu entregar auditoria, mas... (Foto: TCM)

“Se há rombo, quem o promoveu, de que forma promoveu, quando promoveu, o que há de prejuízo ao Município?” cobra Tomaz.

Também não entende o silêncio em relação à “auditoria” paga pela prefeitura, nas contas da prefeita cassada e afastada Cláudia Regina (DEM). ”Cadê a auditoria? Num debate na TCM em abril deste ano, o prefeito chegou a prometer que iria entregar cópia ao Ministério Público e até ironizou a candidata Larissa Rosado (PSB), garantindo que mandaria outra cópia para ela. Eu também gostaria de ter uma, mas ninguém sabe, ninguém viu” – comenta o vereador.

“O que defendo não é contra o prefeito ou ex-prefeitas. É uma forma de passarmos tudo a limpo”, afirma. “Acredito que estou colaborando até com o novo prefeito, oferecendo meu esforço e trabalho para ajudar a administração municipal”, justifica. “Espero que ele faça o mesmo, sendo chamado pelo MPF”, dispara.


Fonte: Carlos Santos

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