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quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Manaus pode ter atingido imunidade de rebanho contra coronavírus, aponta estudo

Quarta, 23 de Setembro de 2020


Manaus pode ter atingido imunidade de rebanho contra coronavírus, aponta estudo
Foto: Divulgação

Um estudo ainda não publicado em revista científica aponta que Manaus (AM) pode ter chegado à imunidade de rebanho contra a Covid-19. De acordo com a coluna Bem Estar, do G1, 66% da população da capital amazonense já teria desenvolvido anticorpos contra o vírus, mostra a pesquisa.

 

Contudo, os cientistas fazem a ressalva de que analisaram 6.316 amostras de sangue colhidas pela Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas entre os dias 7 de fevereiro e 19 de agosto. Ou seja, não representa toda a população da cidade.

 

Além disso, o estudo necessita de revisão de outros cientistas. Ao todo, 34 autores de várias faculdades da USP, da Universidade de Oxford (RU) e da Escola de Saúde Pública de Harvard (EUA) participaram da análise. Também estiveram presentes fundações do Amazonas, de Sâo Paulo e dos EUA. A divulgação da versão prévia do estudo foi feita nesta segunda-feira (21), em um repositório online.

 

A estimativa de 66% da população imunizada contra o coronavírus é o máximo estipulado pelos cientistas. O mínimo é de 44%.

 

Para chegar a essa conclusão, os cientistas justificaram que a taxa de mortalidade e a queda no número de novos caso da região indicam que a população manauara teria conquistado a imunidade de rebanho. Nesse caso, pessoas que não podem ser vacinadas ficariam protegidas.

 

Modelos iniciais apontavam que populações atingiriam imunidade de rebanho da Covid-19 quando 60% a 70% das pessoas tivessem contato com a doença. No entanto, é preciso ressaltar que isso causaria mais mortes, segundo a pesquisadora Ester Sabino, autora sênior do estudo e professora da Faculdade de Medicina da USP.

 

"Se em São Paulo tivesse acontecido a mesma coisa, e se corrigisse pela faixa etária [dos moradores], teriam morrido três vezes mais pessoas", afirma a cientista, lembrando que a população paulistana é mais velha do que a de Manaus.

 

A capital amazonense tem 7 vezes menos habitantes do que a cidade de São Paulo, mas cinco vezes menos mortes. De acordo com dados co consórcio de veículos de imprensa, eram 12,3 mil mortes pela Covid-19 na capital paulista e 2,46 mil em Manaus.

 

"A dúvida sempre é: esses doares representam a população de Manaus? Doadores de sangue são pessoas jovens, tem muito doador de sangue de serviço público – bombeiro, policial, trabalhadores de saúde. Não se sabe se essa população não tem uma prevalência maior [de anticorpos] que a população geral de Manaus", lembra o professor Fernando Barros, das universidades federal e católica de Pelotas, no Rio Grande do Sul.

 

Nesse caso, os cientistas que fizeram o estudo colocam que a queda no número de casos em Manaus também pode estar relacionada com o distanciamento social e o uso de márcaras, e não representam necessariamente uma imunidade de rebanho.

 

No entanto, Ester Sabino pondera que as medias de contenção do vírus em Manaus não foram tão eficazes como em São Paulo.

 

Mas a pesquisadora Ester Sabino, da USP, autora sênior do estudo, avalia que as medidas para conter a disseminação do vírus, que foram semelhantes em Manaus e em São Paulo, não foram tão eficazes na capital amazonense.

 

"Aparentemente, no papel, pelo menos, foram muito parecidas, mas depende de como a população compreende. Não consegue entender só pelas medidas por que não funcionou. No papel, é muito parecida com São Paulo, é muito difícil saber. As pessoas provavelmente ficaram em casa, mas circularam próximo de casa", avaliou. 

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