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quinta-feira, 16 de abril de 2020

Sem ter se preparado para a pandemia, Equador vive maior colapso da América do Sul

Quinta, 16 de Abril de 2020 

Foto: Reprodução / Twitter

A prefeita de Guayaquil, Cynthia Viteri, deu o tom de como está a situação na cidade. "Não há espaço nem para vivos, nem para mortos", disse. A capital da província de Guayas, no Equador, é o epicentro da pandemia do novo coronavírus no país, com 72% do total de casos confirmados.

O sistema de saúde está em colapso. Dos 7.600 registros confirmados da Covid-19 até agora, 1.600 são de profissionais da área. "Foi como se uma bomba tivesse explodido", disse, em entrevista ao G1. Nem todos os óbitos podem ser avaliados, pois não há testes o suficiente para fazê-lo. Entre os notificados como coronavírus, até agora foram 369.

Mas a expectativa é de que haja muito mais, já que as funerárias não estão dando conta do número de cadáveres, e vários caixões estão tendo que ser improvisados para abrigar os corpos. A estimativa de mortes em Guayaquil, feita pelo chefe da Força-Tarefa do Coronavírus, é de 2.500 a 3.500 até o fim da pandemia.

De acordo com previsão do FMI, o Equador será a segunda economia mais devastada pela pandemia na América do Sul. O país tem 17,5 milhões de habitantes.

CAUSAS

Segundo o blog de Sandra Cohen, no G1, apesar de o governo do país estabelecer o isolamento social por no mínimo 11 semanas - já foram cinco - a população não tem respeitado a quarentena. O motivo é o fato de que seis em cada dez equatorianos dependem do trabalho informal para manter uma renda. A taxa de pobreza em Guayaquil, por exemplo, é de 11,2%.

Na visão da prefeita de Guayaquil, o caos se originou, inicialmente, porque a pandemia eclodiu em época de férias. Várias pessoas viajaram para o exterior, e não houve nenhum tipo de controle na volta desses cidadãos. Além disso, o país registrou a demissão de 2.600 funcionários da saúde nos últimos três anos.

MEDIDAS

Ainda segundo o G1, presidente Lenín Moreno vai reduzir seu salário de US$ 5 mil, assim como os do vice-presidente, de ministros, vice-ministros e membros da Assembleia Nacional, pela metade.

O governo decretou também a liberação de 460 milhões de dólares para a compra de equipamentos hospitalares, o bônus de 60 dólares a 1 milhão de famílias de baixa renda e a redução de impostos para pequenas e médias empresas durante seis meses.

Além disso, o Equador deve receber, até o mês de maio, cerca de US$ 3 bilhões, após renegociação da dívida externa. Os fornecedores do dinheiro serão: FMI, Banco Mundial e Banco Intramericano de Desenvolvimento.

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