martins em pauta

quinta-feira, 2 de abril de 2020

SAÚDE: Qual a prioridade do Governo Fátima e de Álvaro Dias?

Quinta, 02 de Abril de 2020

Foto: Divulgação

Nos meios médico e de enfermagem, em grupos de whatsApp e nos corredores e salas de hospitais públicos e privados da capital e do interior não se fala noutra coisa.

Enquanto o Governo do Estado convoca um chamamento público emergencial para contratar a implantação de um hospital de campanha no estádio Arena das Dunas, uma arena multiuso, no valor de R$ 37 milhões, estruturas da rede estadual de saúde estão subutilizadas por falta de equipamentos e investimentos. Falta o básico.

O Blog do BG recebeu, de mais de uma fonte do setor médico, informações que relata a seguir e expõe, na opinião destes profissionais e especialistas, um erro estratégico grave tanto para o combate à prevenção à pandemia da Covid-19 quanto para o setor da saúde pós-crise provocada pelo novo coronavírus que está assolando o mundo.

O Governo do Estado dispõe de leitos ociosos na rede pública estadual de saúde. O Hospital da Polícia Militar conta com dez leitos de UTI adulta e outros leitos de UTI infantil. E numa situação de emergência poderia contar com mais 30 leitos no Centro Cirúrgico e no CRO do mesmo hospital.

Os investimentos seriam mínimos e os benefícios permanentes para a população depois de superada a pandemia do novo Coronavírus.

Em vez disso, o governo estadual prefere investir R$ 37 milhões de reais em um hospital de campanha numa arena multiuso, que será erguida do zero.

E será desmontado pós-pandemia.

Até agora nenhuma sinalização quanto ao uso do Hospital da Polícia Militar.

Para muitos médicos, a opção do governo do estadual está sendo comparada a uma piada de mau gosto ou a uma ação de caráter midiático, para chamar a atenção da população via veículos de comunicação e redes sociais.

Do mesmo jeito que o HPM, o Hospital Municipal de Natal e o Hospital Gizelda Trigueiro enfrentam problemas por falta de investimentos.

O Gizelda Triigueiro, especializado no tratamento de doenças infectocontagiosas falta máscaras e demais Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para proteger os seus bravos profissionais. Não tem igualmente condições de fazer um simples eletrocardiograma na UTI e não tem ar condicionado na ala montada às pressas para atender a pacientes com a Covid-19.

Médicos e pessoal de enfermagem trabalhando com o suor pingando da testa.

Há algo também muito grave acontecendo no Hospital Walfredo Gurgel. Segundo relatos médicos, o Centro de Tratamento de Queimados, resultado de anos de luta de muitos profissionais de saúde, está sendo montado. Os pacientes serão transferidos para a área geral do HWG.

Um médico relatou ao Blog do BG que um paciente queimado precisa de espaço e ambiente limpos, climatizados e em boas condições para receber pessoas com queimaduras de 1º, 2º e 3º graus. Ele observa que, mesmo assim, é alto o índice de infecções entre pacientes queimados.

O Centro de Tratamento de Queimados no Hospital Walfredo Gurgel é o único do Rio Grande do Norte e referência na região Nordeste.

Mesmo assim, o Governo do Estado está desmontando o CTQ. Na expressão de outro médico, a desativação será uma “sentença de morte”.

Os médicos alertam que com todos os problemas que poderiam ser resolvidos com investimentos na rede pública de saúde, pelo menos uma coisa a pandemia da Covid-19 trouxe pelo menos uma mudança de cenário: as mortes, antes restritas aos corredores de hospitais como o Walfredo Gurgel, não permanecerão invisíveis, sem chamar a atenção dos veículos de comunicação.

E fica a pergunta que não quer calar: por que milhões de reais serão investidos para instalar hospitais de campanha em um estádio de futebol e em hotel desativado pela prefeitura em vez de serem gastos para equipar a rede estadual de saúde?

O Blog do BG lembra que, em sã consciência, ninguém pode ser contra a instalação de um hospital de campanha em virtude da gravidade da situação. Mas, perguntamos: não seria mais fácil e menos oneroso investir e ampliar de imediato a estrutura existente dos hospitais públicos, deixando um legado permanente para a população para depois da pandemia?

Em contato com diretores de hospitais privados, esses também confirmaram que ainda tem UTI disponível se o Governo do Estado ou Prefeitura precisassem reserva-las para combater o Covid-19.

Em Natal, por exemplo, o prefeito Álvaro Dias está todo dia na mídia falando do hospital de campanha em um hotel desativado na Via Costeira.

Enquanto isso, na rede básica de saúde da capital falta o básico.

Com a palavra, o Governo do Estado e a Prefeitura do Natal.


álvaro dias - Governo Fátima - natal - Prioridade - qual - RN




COMENTAR (7)



OPINIÃO DOS LEITORES:


Gustavo
02/04/2020 às 18:26

Em casos excepcionais e/ou extremos, todos os meios disponíveis devem ser utilizados. Assim, os Hospitais Militares e Privados podem e devem ser chamados para o front, além dos inúmeros profissionais que puderem ser convocados por diversos meios nas condições possíveis.
Numa guerra, como a que estamos travando, temos que nos unir e usar tudo que estiver ao alcance antes que seja tarde demais.
Lembrando sempre que "É MELHOR PREVENIR DO QUE REMEDIAR!"
Responder


Allan Laranjeiras
02/04/2020 às 18:11

Parabéns ao prefeito Álvaro Dias, um gol de placa, um acerto essa ideia de fazer o velho hotel em um hospital de campanha. Já o governo do estado parece "patinar" nas próprias ideias.
Responder


pronto falei
02/04/2020 às 18:10

É Hospital de campanha, ou Hospital da campanha??? Desde que vi o tipo de investimento naquele Hotel ficou a dúvida. Claro que sabemos da escassez de leitos e UTI (s) aqui no Estado, lógico que queremos a ampliação desses serviços, principalmente nesse terrível momento. Vemos que Estados menores têm recorrido ao exército e as outras forças para instalarem hospitais de campanha nos estádios e em outras locações, acredito que um custo bem menor. Esperamos que em um momento tão delicado nossos governantes de todas as esferas tenham responsabilidade, honestidade e compromisso com a sociedade, afinal de contas estamos falando de vidas.
Responder


João ligeiro
02/04/2020 às 18:08

Não eh bem assim. Sabemos do déficit nas UBS e nos hospitais municipais mas o hospital de campanha era necessário nesse momento de emergência.
Responder


Leonardo
02/04/2020 às 17:52

O problema chama-se burocracia estatal.
A compra de equipamentos e insumos feita pelo estado demora no mínimo três meses, entre início de demanda e entrega do material, mais uns 60 dias pro fornecedor receber, se correr tudo bem com o processo.
Da forma como o mercado de insumos médicos está volátil ninguém quer fornecer pro estado para receber 60 dias depois, se receber.
Solução, contrato um hospital porteira fechada e a empresa (particular) vai ao mercado sem
Burocracia e adquire os insumos e equipamentos necessários.
Seria mais lógico equipar os hospitais públicos, seria.
Só quero ver quem vai fornecer ao estado numa crise dessas sem ter a certeza de que recebe e de quando recebe.
Responder


Hospitais mas estruturado
02/04/2020 às 17:49

Parabéns excelente matéria… precisa investir nos hospitais existente . não podemos nos calar e um bem nosso , todos precisamos de hospitais estruturados e não mas um elefante branco 👏🏽👏🏽👏🏽 Faz a ação e fica as obras em nossos hospitais # melhora nossos hospitais são 40 milhões no ralo … meu Deus 😔
Responder


Carla
02/04/2020 às 17:44

Disse tudo , BG !
👏👏👏👏👏👏👏
Muito estranho !
Responder

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Contato : (84) 9 9151-0643

Contato : (84) 9 9151-0643