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sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

‘Vacina’ elimina tumores até em casos de metástases em roedores

Sexta, 02 de Janeiro de 2018



Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, desenvolveram uma técnica de combate ao câncer que funciona como uma espécie de vacina. Em um estudo com camundongos, eles descobriram que a injeção direta de pequenas doses de duas drogas num tumor não apenas elimina o câncer como também desencadeia uma reação que se espalha pelo corpo e destrói as células cancerosas em caso de metástase.

Agora, eles buscam 15 pacientes diagnosticados com linfoma para participar de um ensaio com humanos, de acordo com um artigo publicado nesta quarta-feira no periódico “Science Translational Medicine”.

Os especialistas explicaram no estudo que a injeção de quantidades mínimas de dois agentes imunoestimulantes diretamente em tumores sólidos em camundongos de laboratório podem eliminar todos os rastros de câncer, incluindo em metástases. Dos 90 animais com linfoma, 87 ficaram curados. Ainda que o câncer tenha voltado em três dos animais, os tumores regrediram novamente depois de um segundo tratamento.

O estudo descobriu que a técnica nova funciona no combate a diversos tipos de câncer, até mesmo os que surgem espontaneamente. Os pesquisadores observaram resultados semelhantes em camundongos que lutavam contra melanoma e tumores de mama e de cólon.

Os pesquisadores acreditam que o local da aplicação dos agentes em um pequena quantidade, medida em micrograma (unidade de massa igual a um milionésimo de grama), pode servir como uma terapia contra o câncer rápida e acessível com baixa probabilidade de causar os efeitos colaterais normalmente observados em casos de estimulação imunológica do corpo.

“Quando nós usamos esses dois agentes juntos, vemos a eliminação de tumores em todo o corpo”, disse o professor de oncologia Ronald Levy, um dos responsáveis pela pesquisa. “Essa abordagem ultrapassa a necessidade de identificar alvos imunes específicos do tumor e não exige ativação como um todo do sistema imunológico ou imunoterapia personalizada”, acrescentou.

Um desses agentes já esta aprovado para uso em humanos. O outro foi usado em diferentes testes clínicos em humanos.

“Todos esses avanços da imunoterapia estão mudando a prática da medicina”, disse Levy.

Geralmente, as células do sistema imunológico, como os linfócitos T, reconhecem as proteínas anormais, muitas vezes presentes em células cancerosas e se infiltram para atacar o tumor. No entanto, à medida que o tumor cresce, muitas vezes elegem outras formas de suprimir a atividade das células T.

“Nossa técnica usa uma única aplicação de pequenas doses de dois agentes para estimular células do sistema imunológico apenas atinjam o tumor. Nos camundongos, nós vimos maravilhosos efeitos em todo o corpo, incluindo a eliminação de tumores em todo o corpo do animal”, frisou o especialista.

O Globo

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