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quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Fiscais flagram trabalho escravo em grife; pagamento era R$ 5 por peça vendida a R$ 698

Quarta, 20 de Dezembro de 2017 

Foto: Divulgação

Auditores fiscais do Trabalho flagraram imigrantes bolivianos trabalhando em regime análogo à escravidão na oficina da grife de moda Animale. Os costureiros subcontratados trabalhavam mais de 12 horas por dia no mesmo local onde dormiam, recebendo R$ 5 por peças que eram vendidas nass lojas por até R$ 698. Os locais onde tais costureiros dormiam são infestados de baratos e possuem instalações elétricas com risco de incêndio. Os casos foram flagrados em três oficinas na região metropolitana de São Paulo. De acordo com o Uol, os auditores fiscais responsabilizaram a Animale e a A.Brand, marcas do grupo Soma. A fiscalização ocorreu em setembro deste ano, numa operação da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo, com auxílio de auditores da Receita. A classificação de trabalho análogo à escravidão se deu em razão das jornadas exaustivas e das condições degradantes. Foram registradas jornadas acima dos limites legais (algumas até com trabalho das 7h às 21h e apenas uma hora de descanso); pagamento por peça costurada, não um salário mensal; máquinas de costura posicionadas a poucos metros das camas dos trabalhadores; ausência de janelas para cirlação de ar; tecidos acomodados no chão próximo a fios aparentes e botijões de gás no mesmo ambiente da oficina, levando ao risco de incêndio. Também não havia água potável nas oficinas. Foram resgatados dez trabalhadores, cinco homens e cinco mulheres, que chegaram da Bolívia nos últimos cinco anos. Como eles eram recrutados para isso, foi constatado também tráfico de pessoas na produção da empresa. Em nota, o grupo Soma negou que tivesse conhecimento das situações em que se encontravam os trabalhadores e das jornadas de trabalho a que eram submetidos, e disse que lamenta que suas marcas tenham sido associadas a tais fatos. A empresa também falou que está colaborando com as autoridades públicas nas investigações e tem tornado rigorosa a fiscalização de sua cadeia produtiva.

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