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sábado, 16 de setembro de 2017

'Sofri nessa jornada', diz Rodrigo Janot; Gilmar ironiza despedida do PGR

Sábado, 16 de Setembro de 2017

por Rafael Moraes Moura, Breno Pires e Beatriz Bulla | Estadão Conteúdo
Titular da PGR, Rodrigo Janot | Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Na sua última semana na chefia do Ministério Público Federal (MPF), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou, nesta quinta-feira (14), que sabia do custo por enfrentar um "modelo político corrupto" e afirmou que o Brasil "convulsiona no processo curativo do combate à corrupção". O discurso de Janot foi feito ao final da sessão plenária do Supremo Tribunal Federal (STF), a sua última como procurador-geral da República. Já o ministro do STF, Gilmar Mendes, habitual crítico de Rodrigo Janot, usou trecho de um poema para se referir à despedida de Janot instantes antes da última sessão do PGR. "Eu diria em relação ao procurador-geral Janot uma frase de Bocage: 'Que saiba morrer quem viver não soube'", disse Gilmar Mendes, citando o poeta português Manoel Maria Barbosa Du Bocage. Na quarta-feira (13), por 9 a 0, o STF rejeitou um recurso formulado pela defesa do presidente Michel Temer (PMDB) para que Janot fosse afastado das investigações contra o presidente no caso JBS. Gilmar esteve ausente no julgamento. "Tenho sofrido nessa jornada, que não poucas vezes pareceu-me inglória, toda a sorte de ataques. Mesmo antes de começar, sabia exatamente que haveria um custo por enfrentar esse modelo político corrupto e produtor de corrupção, cimentado por anos de impunidade e de descaso. Mas tudo isso, para mim, já se encontra nos escombros do passado", disse Janot. Nesta quinta, Gilmar Mendes se encontrou com a sucessora de Janot, a nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge em Brasília. Em seu discurso, Janot disse que nos momentos cruciais da Lava Jato, o Supremo Tribunal Federal "foi firme, respeitou as leis e a Constituição, mas não se acovardou". Para Janot, a Corte tem desempenhado o papel de "esteio da estabilidade institucional e democrática". "Esse papel, para a tranquilidade de todos nós, brasileiros, vem sendo cumprido com a excelência que se poderia esperar dessa vetusta e honrada casa", comentou. "Entrego o cargo no próximo dia 17, sem qualquer jactância (vaidade, arrogância), mas com a convicção serena de que militei até o último instante na defesa dos compromissos constitucionais assumidos há mais de 30 anos", afirmou Janot. Em nome do STF, a presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, agradeceu o trabalho de Janot. "Como bem disse, (o senhor) honrou, como todos que têm ocupado a cadeira de procurador-geral da República, tem honrado os trabalhos dessa tão importante instituição para a democracia brasileira", afirmou Cármen, dirigindo-se a Janot. Ao falar da transitoriedade dos ocupantes de cargos, Cármen frisou que a "Justiça é permanente e será devidamente honrada e reverenciada". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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