Quinta, 04 de Maio de 2017
Foto: Arquivo pessoal / Roberto Mendes
Uma operação do Ministério do Trabalho flagrou 21 trabalhadores sendo submetidos a condições análogas a de escravos, em Goiás. O crime ocorria em um canteiro de obras onde estão sendo construídas 263 unidades habitacionais no município de Guapó, a 27 quilômetros da capital Goiânia. Segundo informações da Agência Brasil, os auditores fiscais que realizaram a inspeção também constataram que as atividades estavam sendo feitas sem as devidas medidas de proteção coletiva e individual, o que expõe os funcionários a um grave risco à vida e à integridade física. Com isso, a obra foi embargada, mas o nome da empresa responsável não foi divulgado. De acordo com os relatos colhidos pelos auditores, os trabalhadores foram recrutados de cidades do entorno de Goiânia. Eles ficavam abrigados em barracos próximos ao canteiro. O Ministério do Trabalho confirmou que eles dormiam no chão, apoiados em pedaços de espuma. Os alojamentos tinham aspecto sujo e não contavam com chuveiros, mobília ou utensílios de cozinha. Duas instalações foram encontradas sem água e energia por falta de pagamento. Além disso, os salários estavam atrasados, em alguns casos, por mais de dois meses. Os trabalhadores contaram que, para não passar fome, pediam pelancas de carnes nos açougues, cestas básicas nas igrejas e comida aos vizinhos. Entre outras infrações constatadas na obra estão operários, em sua maioria, sem registro e sem as carteiras de trabalho assinadas; trabalhadores acidentados que não recebiam assistência médica e alguns que operavam em jornadas exaustivas de até 14 horas por dia durante os 30 dias do mês; em casos de demissão, eles não recebiam a rescisão e alguns também não recebiam pelos dias trabalhados; não havia controle de expediente e a maioria não recebia hora extra; e ainda as ferramentas usadas na obra que eram descontadas dos salários dos empregados.
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