Sexta, 10 de Março de 2017
por Fernando Duarte
Foto: Beto Barata/ PR
Ex-vice-presidente, Michel Temer (PMDB) se esforça em negar que a ascensão dele ao Palácio do Planalto aconteceu de maneira pouco ortodoxa. Eleito na chapa com Dilma Rousseff (PT), o peemedebista faz o possível e o impossível para se desvincular da antecessora, alvo de impeachment em maio de 2016 – quando ele assumiu interinamente até a votação definitiva, em agosto do mesmo ano. Porém, durante a visita do ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), a Salvador, nesta quinta-feira (9), ficou implícito que Temer mudou de posicionamento. O presidente vai buscar capitalizar as obras com investimentos federais iniciadas durante o mandato de Dilma, a exemplo do sistema metroviário Salvador-Lauro de Freitas. Vai acompanhar as obras e deve participar das próximas inaugurações “A participação do governo federal é absolutamente robusta. Essencial. É o maior parceiro financeiro”, frisou Araújo na visita. Até então, essas obras eram utilizadas diuturnamente apenas pelo governo da Bahia, aliado da petista e adversário do atual morador do Palácio do Planalto Jaburu. Apesar de tocado pela iniciativa privada, por meio de uma Parceria Público-Privada, o metrô de Salvador possui [muitos] recursos federais e seu capital político estava renegado por Temer e seus aliados. O governador Rui Costa, que conseguiu substituir a orfandade federal do metrô pela sua imagem como pai do projeto, terá que dividir o protagonismo com o peemedebista. A tese já havia sido aventada pelo colunista Jairo Costa Jr., do jornal Correio, e acabou confirmada pela fala de Araújo: o sistema metroviário sob a ótica federal é uma obra tamanho “GG”, numa referência explícita – e provocativa – ao slogan das obras “G” utilizadas por Rui. E, um pouco fora da órbita dos tamanhos de obras, o prefeito ACM Neto (DEM) vai aparecer como um dos responsáveis por avalizar o sistema, algo reivindicado por ele em diversas oportunidades .
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