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quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

“Estado precisa invadir Alcaçuz”, diz especialista em Segurança

Quarta, 18 de janeiro de 2016

Voz do conhecimento

Para Ricardo Balestreri, Robinson não pode temer ocorrência de “segundo Carandiru”, e se acovardar


No cenário de tensão na penitenciária Estadual de Alcaçuz com a rebelião que já dura quatro dias, Ricardo Balestreri, ex-secretário acional de Segurança e atual professor de Gestão de Segurança Privada na Faculdade Estácio, Natal, afirma que o Estado não pode ficar inerte à situação como espectador e precisa agir de imediato no espaço interno do presídio.

“O Estado precisa ‘invadir’ o presídio de Alcaçuz com uso das tecnologias corretas. Não se pode assistir ao motim sem fazer nada”, alerta.

Balestreri: “É preciso estabelecer método rápido, retirando logo presos provisórios e os de menor periculosidade” (Foto: Web)

Para ele, o Governo não pode temer a ocorrência de um “segundo Carandiru”, e usar como motivo para a não atuação. “Só vão repetir a chacina no Carandiru se não fizerem da maneira correta. Uma coisa é invadir e controlar, outra é entrar para fuzilar”, coloca o professor. Na opinião dele, para esta invasão, como solução em curto prazo para o controle da penitenciária, devem ser utilizadas “armas não letais com a utilização progressiva e funcional da força”.

Após a entrada e controle da situação, conforme Balestreri, é necessário realizar um esvaziamento do presídio, em uma força tarefa com a atuação do Ministério Público, Tribunal da Justiça do RN, Defensoria Pública. “É preciso estabelecer um método rápido, retirando de imediato os presos provisórios e os de menor periculosidade”, afirma.

Em longo prazo, mas como prioridade, é necessário o Estado formar “grupos táticos de intervenção imediata para presídios”. “É preciso criar esses grupos especializados no controle de manifestações, e não precisar chamar a Policia Militar – que não possui essa especialidade. Invadir uma casa, não é mesmo que invadir uma penitenciária”, considera Balestreri.

Outra solução, já em ação futura, de acordo com o especialista, é fazer uso do método APAC (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados) para gestão das penitenciárias, contando com a parceria da sociedade organizada. “O Governo não pode achar que vai resolver tudo sozinho, sem o apoio da sociedade”, alerta.

De acordo com Ricardo Balestreri, é um erro comemorar a guerra e morte entre os presos, como se estivesse diminuindo o número de criminosos. “O leigo pode não saber, pode achar que é interessante que os bandidos se matem. Mas essas mortes fortalecem e tornam maiores as facções. Elas criam monopólios”, afirma o professor.

Nota do Blog - Balestreri fala como propriedade e o Governo Robinson Faria (PSD) não tem qualquer moral para contestá-lo, pois já o trouxe ao RN para ministrar curso “O novo projeto de Segurança Pública do Rio Grande do Norte e a importância dos operadores na formação de novos paradigmas”, em 2015. Mas a ideia terminou não tendo sequência. Robinson preferiu delirar com Ronda Cidadã e experiência em Bogotá.

Como é bom ouvir a voz de especialista, afirmando exatamente o que temos defendido aqui desde o início do conflito: o Estado não pode ficar do lado de fora, esperando que as facções resolvam suas diferenças. Quem vencer lá sairá mais fortalecido para fazer o mesmo aqui fora.

Também é interessante ouvir o especialista afirmar o que comentamos há muito tempo: os que comemoram a carnificina, inocentemente não percebem que elas fazem sua “justiça”, mas não em nome da revolta do cidadão de “bem”, mas em nome de seus próprios valores e normas.

Obrigado, Balestreri.

Fonte: Carlos Santos

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Contato : (84) 9 9151-0643

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