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quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Lava Jato: MP julgará cartel em contratos da Petrobras

Quinta, 14 de Setembro de 2016

Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil
Os condutores das investigações da Operação Lava Jato denunciaram na última segunda-feira (12) ao juiz federal Sérgio Moro cinco executivos da empreiteira Queiroz Galvão e três da Iesa Óleo e Gás por estarem envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras. O documento é o primeiro apresentado na operação a listar os crimes de cartel e fraude à limitação. Além dessas acusações, os empresários serão investigados por organização criminosa, corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Entre os denunciados estão o ex-presidente da Queiroz Galvão Ildefonso Colares Filho e o ex-diretor da empreiteira Othon Zanoide de Moraes Filho. A denúncia afirma que houve "oferecimento, promessa e pagamento de propina para as diretorias de Abastecimento e Serviços” entre 2006 e 2014 em todos os contratos fechados com a Petrobras e as duas empresas. Os ex-diretores Paulo Roberto Costa e Renato Duque ganharam o cargo e, em troca, fraudavam as licitações na petrolífera e favoreciam as 16 empreiteiras do cartel. De acordo com a investigação, o grupo atuava em vários estados e destinava parte do dinheiro para o exterior, para Suíça e Mônaco, por exemplo. Para o procurador Deltan Dellagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, a cartelização, por si só, já representaria “danos bilionários” e “o fato é que o cartel não dependia necessariamente da corrupção pública para funcionar, ainda que tenha cooptado funcionários públicos para maximizar resultados. Houve, assim, uma espécie de ‘corrupção privada’, praticada por empresas que estão dentre as maiores do país e usaram seu poder e influência para desviar bilhões da sociedade”, afirmou. A denúncia aponta, ainda, que o dinheiro resultado do desvio do cartel era levado por operadores financeiros, como Alberto Youssef e Júlio Camargo, delatores da Lava Jato, e tinha como beneficiários nos diretores da estatal e um núcleo político, que trocavam propina por sustentação política. O Ministério Público pediu que os executivos da Queiroz Galvão devolvam 117 milhões de dólares.

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